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A Editorial Sul
| 26 de maio de 2024
O prefeito de Barra do Sul (SC), Valdemar Rocha, sugeriu que as enchentes que assolam o Rio Grande do Sul há quase um mês ocorreram porque o estado tem menos igrejas do que centros, dando a entender que se tratavam de religiões de origem africana. A afirmação foi feita na semana passada em entrevista à Rádio FM Litoral, de Santa Catarina.
“O que está acontecendo lá no Rio Grande do Sul? É aquela inundação. Mas então analisamos algumas estatísticas e é o estado que tem o menor número de igrejas. E há um centro de, de, de… que não agrada aos olhos de Deus. Deus não os está chamando para uma responsabilidade?”, questionou, sem informar a fonte das estatísticas dos templos religiosos no Estado.
A declaração do prefeito foi duramente criticada nas redes sociais. Na semana passada, internautas levantaram que a intolerância religiosa é crime no Brasil e pediram que o político seja penalizado por suas declarações.
Eleito vice-prefeito de Barra do Sul em 2020, Valdemar Rocha passou a comandar oficialmente a cidade em junho de 2023, quando o então prefeito Antônio Rodrigues foi preso por fraude em concursos públicos e afastado do cargo pela Câmara Municipal local.
Influenciador
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou a empresária e influenciadora Michele Dias Abreu, 43, por intolerância religiosa, por associar a tragédia climática no Rio Grande do Sul a religiões de base africana. A mulher é moradora de Governador Valadares, na região dos Vales, em Minas Gerais.
Num vídeo publicado nas redes sociais no dia 5 de maio, Michele disse que as tempestades e inundações que deixaram mais de 560 mil pessoas desabrigadas, 169 mortos e outros 56 desaparecidos foram motivadas pela “ira de Deus”. As falas foram compartilhadas com quase 32 mil seguidores, e o vídeo atingiu três milhões de visualizações, segundo o Ministério Público.
“O estado do Rio Grande do Sul é o estado com maior número de terreiros de macumba. Alguns profetas já anunciavam algo que aconteceria devido à ira de Deus. As pessoas estão brincando […] mistura o que é santo, e Deus não divide sua honra com ninguém”, disse Michele Dias na publicação.
No Brasil, a punição para quem comete intolerância religiosa é a mesma prevista para o crime de racismo, quando o crime discriminatório é contra um grupo ou comunidade, por raça ou cor.
Na denúncia ao Tribunal, o procurador afirma que o influenciador não só cometeu um crime como também induziu milhares de pessoas “à discriminação, ao preconceito e à intolerância contra as religiões de origem africana”.
Na denúncia, o MPMG pede ainda que a mulher seja proibida de sair do país sem autorização judicial e de fazer novas postagens sobre religiões de base africana ou com conteúdos falsos relacionados à tragédia no Rio Grande do Sul.
Após a repercussão negativa, o influenciador tornou as redes sociais privadas. Em seu canal em plataforma de vídeos, a acusada se apresenta como diretora de uma rede de laboratórios em Minas Gerais.
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Prefeito de cidade catarinense sugere que enchentes no RS ocorrem porque o Estado “tem menos igrejas”
2024-05-26
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