Doença celíaca: condição é subdiagnosticada e pouco conhecida no Brasil – Jornal Estado de Minas

A doença celíaca, uma condição autoimune desencadeada pela ingestão de glúten, afeta cerca de 1% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que aproximadamente 2 milhões de pessoas vivam com esta doença. Contudo, apesar da sua prevalência, ainda é frequentemente subdiagnosticada e pouco discutida, tanto no mundo médico como na sociedade em geral.

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Segundo a gastroenterologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Rhaissa Said, “a doença celíaca pode se manifestar de diversas formas, principalmente em adultos, o que muitas vezes dificulta o diagnóstico. como síndrome do intestino irritável ou intolerância à lactose, o que atrasa a identificação da doença e o início do tratamento adequado”.

A doença celíaca é caracterizada pela intolerância ao glúten, proteína presente no trigo, centeio, cevada e aveia. Essa condição causa inflamação no intestino delgado, dificultando a absorção de nutrientes, vitaminas e minerais. “Os sintomas vão desde problemas gastrointestinais, como diarreia e dores abdominais, até manifestações extraintestinais, como anemia, osteoporose e até infertilidade”, explica Rhaissa Said.

Atualmente, o único tratamento disponível para a doença celíaca é a adoção de uma dieta rigorosa sem glúten. Porém, o professor ressalta que “essa dieta é desafiadora, pois o glúten está presente em uma grande variedade de alimentos, o que exige atenção constante dos pacientes para evitar contaminação cruzada e ingestão acidental da proteína”.

Simpósio

Com o objetivo de promover um debate aprofundado sobre a doença celíaca e discutir os mais recentes avanços no seu diagnóstico e tratamento, no dia 9 de dezembro de 2024, o I Simpósio Internacional sobre Doença Celíaca. O evento acontecerá no Teatro Feluma, em Belo Horizonte, e reunirá especialistas de todo o mundo.

Entre os palestrantes confirmados, Alessio Fasano, especialista em doença celíaca, que virá dos Estados Unidos. Além dele, participarão o reitor da Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma) e da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho, e vários outros profissionais do país.

O simpósio é uma oportunidade para médicos, nutricionistas, pesquisadores e estudantes aprofundarem conhecimentos sobre essa condição de saúde tão relevante e, ao mesmo tempo, tão pouco discutida.

“Este simpósio é de extrema importância para a comunidade médica e para os pacientes celíacos, pois destaca a necessidade do diagnóstico precoce e do manejo eficaz da doença”, comenta Rhaissa Said, que também será uma das palestrantes do evento.

Para mais informações sobre o simpósio, acesse: