A fumaça das queimadas, aliada à poluição urbana, situação que ocorre em todo o Brasil, tem deteriorado a qualidade do ar, criando um cenário preocupante para a saúde pública. A exposição contínua a esses poluentes já resulta em aumento significativo de problemas respiratórios e coloca em risco a saúde mental da população.
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A má qualidade do ar, além de causar doenças respiratórias como asma e bronquite, está associada a impactos no bem-estar psicológico. Trabalhos recentes revelam que a poluição vai além dos pulmões. Estudo publicado na Rede Jama mostra que idosos expostos a altos níveis de poluição têm maior risco de desenvolver depressão após os 64 anos. Pesquisas indicam que a vulnerabilidade física, especialmente a vulnerabilidade pulmonar e neural, aumenta as chances de complicações psiquiátricas em pessoas poluídas. ambientes.
Outro estudo, realizado por pesquisadores da China e do Reino Unido, reforça essa associação ao apontar que a exposição prolongada à poluição atmosférica também está ligada a casos de ansiedade, além de depressão. A pesquisa acompanhou cerca de 390 mil adultos no Reino Unido durante 11 anos e revelou que aqueles que viviam em áreas com pior qualidade do ar tinham maior probabilidade de sofrer de distúrbios psicológicos.
Chefe de saúde da Vibe Saúde, Fernanda Monteiro explica como a poluição do ar pode desencadear ou piorar problemas de saúde mental. “A má qualidade do ar contribui para o aumento dos níveis de estresse e pode intensificar sintomas de ansiedade e depressão, principalmente em pessoas que já estão mais vulneráveis. A sensação de ar pesado e falta de ar também provoca desconforto físico, que pode desencadear um ciclo de preocupação e agravamento do estado psicológico”, afirma. A médica recomenda que, em períodos de alta poluição, as pessoas limitem as atividades ao ar livre, busquem ambientes mais limpos e pratiquem atividades que promovam relaxamento, como meditação e exercícios respiratórios.
Além dos impactos diretos na saúde mental, a poluição afeta de forma mais ampla a qualidade de vida, influenciando o sono. O desconforto causado pela irritação nas vias respiratórias e pela dificuldade de respirar devido ao ar poluído pode interferir no ciclo do sono, levando a noites sem dormir.
“A poluição causa desconforto nas vias aéreas superiores, inflamação e efeitos em todo o corpo devido a alterações no sangue. A inflamação das vias aéreas superiores pode piorar o ronco e a apneia do sono e, consequentemente, afetar o sono. A obstrução nasal, por si só, piora a qualidade do sono porque dificulta a respiração”, afirma o pneumologista da Biologix, healthtech brasileira especializada em medicina do sono, Geraldo Lorenzi.
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