Durante a gravidez, o crescimento do bebê é uma das principais preocupações dos futuros pais. Durante os exames de ultrassom é comum que surjam dúvidas sobre o peso do bebê e se o desenvolvimento está dentro do esperado para a fase gestacional. Mas como o crescimento fetal é avaliado na prática?
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A principal forma de acompanhar o crescimento do bebê durante a gravidez é por meio da análise do percentil de peso, que é obtido por meio de medidas ultrassonográficas. O percentil é uma forma de comparar o peso de um bebê com o de outros bebês da mesma idade gestacional, por meio de uma curva de crescimento padrão. Esta curva é desenvolvida a partir de dados coletados de muitos fetos saudáveis ao longo do tempo. Com o percentil, portanto, podemos entender se o peso do bebê está dentro do esperado para a fase da gravidez em que se encontra.
O percentil é uma medida que varia de 0 a 100, sendo que o percentil 50 representa a média. Ou seja, no contexto da avaliação do crescimento fetal, isso significa que metade dos bebês pesa mais e a outra metade pesa menos. Então o percentil 50 seria considerado “ideal” para todos os bebês, certo?
A médica especialista em medicina fetal, Dra. Marcela Xavier, explica que nem sempre estar neste “percentil ideal” é o mais importante. “Muitas gestantes acreditam que o bebê deve estar no percentil 50 para ter um crescimento adequado, mas isso é um mito”, afirma Dra. Marcela. Ela explica que é perfeitamente normal que bebês saudáveis estejam acima ou abaixo dessa marca, pois cada bebê tem sua própria taxa de crescimento, que é fundamentalmente determinada pela genética. Como a medicina ainda não possui ferramentas para determinar com precisão o potencial de crescimento genético de cada bebê, as características físicas e a origem étnica dos pais são utilizadas para estimar esse potencial. Portanto, é natural esperar que o peso de um bebê de uma gestante com 1,80 m de altura seja diferente do peso de um bebê de uma mãe com 1,50 m de altura.
Segundo Dra. Marcela, a principal preocupação não deve ser se o bebê está exatamente na média, mas se ele está nos extremos da curva de crescimento. “O que pode realmente causar preocupação é quando o peso do bebê está em percentis muito baixos, como abaixo do percentil 10, ou percentis muito altos, como acima do percentil 90”, explica a especialista. Esses extremos podem indicar problemas de saúde que precisam ser monitorados de perto.
“Percentis muito baixos podem indicar restrição de crescimento intrauterino, condição que pode sinalizar problemas como insuficiência placentária ou má nutrição. Percentis muito elevados podem estar relacionados a fatores como diabetes gestacional, que exige acompanhamento e controle clínico mais aprofundados”, afirma. detalhes. Dra. Marcela.
No Brasil, a restrição do crescimento intrauterino afeta aproximadamente 8% a 15% dos fetos, sendo mais prevalente em áreas com menor acesso aos serviços de saúde. O diabetes gestacional atinge aproximadamente 7% a 18% das gestantes brasileiras, dependendo da população estudada e dos critérios diagnósticos utilizados. Essa condição pode levar ao crescimento fetal excessivo, conhecido como macrossomia, que é representado por um aumento significativo no percentil de peso do bebê.
Além de estarmos nos extremos da curva, outra questão que deve ser acompanhada de perto é a variação brusca do percentil ao longo da gravidez. “Mudanças extremas no percentil de uma ultrassonografia para outra podem ser um sinal de alerta. Espera-se que o crescimento do bebê siga uma curva relativamente constante ao longo da gestação, sem grandes saltos ou quedas”, destaca a médica.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 98% das gestantes realizam pelo menos uma ultrassonografia durante a gravidez, sendo o peso fetal uma das principais preocupações durante esses exames. Os dados obtidos pela ultrassonografia são registrados em prontuários de pré-natal, amplamente utilizados pelos serviços de saúde de todo o Brasil. Essa padronização é fundamental para garantir que qualquer alteração nos percentis seja identificada e o tratamento da condição que está causando essa variação seja estabelecido, reduzindo riscos tanto para o bebê quanto para a mãe.
“É fundamental que as futuras mamães entendam que cada bebê tem seu ritmo de crescimento e que nem todos seguirão exatamente o mesmo padrão. O acompanhamento com especialista garante que qualquer alteração significativa será detectada e tratada precocemente, garantindo a saúde da mãe e o querido”, acrescenta.
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