Setembro é oficialmente o Mês Mundial de Prevenção ao Suicídio. Em 2024, o tema do Setembro Amarelo, como é conhecido, é “Se precisar, peça ajuda!” e diversas ações já estão sendo desenvolvidas. O suicídio é uma triste realidade e um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos morrem mais pessoas por suicídio do que por VIH, malária ou cancro da mama. Estima-se em torno 10 mil casos por ano no Brasil e sobre um milhão por ano em todo o mundo.
Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta principal causa de morte, depois de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. É um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, gêneros, culturas, classes sociais e idades.
O suicídio é definido como um ato deliberado, praticado pela própria pessoa, cuja intenção é a morte, feito de forma consciente e intencional. Comportamentos, planos e tentativas suicidas também fazem parte da definição. Sempre esteve presente na história da humanidade, em todas as culturas e tem origem multifatorial, complexa, com interação de vários fatores: genético, psicológico, comportamental, biológico, cultural e socioambiental.
Não é simplista, não ocorre por um único fato, é sempre o fim de um processo. Existem muitos mitos e tabus em relação a este tema, pois a tentativa de suicídio é quase sempre vista como um “pecado”, daí o medo e a vergonha de falar abertamente sobre o assunto, algo enraizado na nossa cultura há séculos e que não desaparecerá sem o esforço de todos.
Tabu + dificuldade em procurar ajuda + falta de conhecimento e informação + falta de atenção dos profissionais de saúde + ideia errônea de que é algo raro = condicionam as barreiras à prevenção.
Principais fatores de risco
O suicídio é um emergência médicadevido ao alto risco de lesões graves e morte, mas pode ser prevenida, desde que os profissionais de saúde, em todos os níveis de atenção, sejam capazes de reconhecer os fatores de risco.
- Tentativa anterior, idade (jovens de 15 a 30 anos e maiores de 60 anos), sexo masculino, sem filhos, zona urbana, isolamento social, solteiro, viúvo, separado, desempregado ou aposentado
- Transtornos de saúde mental anteriores: depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar, alcoolismo, desesperança, desespero, desamparo, impulsividade, perdas recentes, ter sofrido abuso físico ou sexual
- Dor crônica, câncer, doenças degenerativas, alcoolismo, paralisia, HIV
Todos devemos agir activamente para aumentar a consciência da importância da vida e ajudar a prevenir o suicídio. É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estão passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a vida sempre será melhor escolha.
Informar-se para aprender e ajudar os outros é a melhor forma de combater este grave problema. É muito importante que as pessoas próximas saibam identificar que alguém está pensando em se matar e ajudá-lo, tendo uma escuta ativa e sem julgamentomostrando que está disponível para ajudar e mostrar empatiamas principalmente levando-o para o médico psiquiatraque saberá administrar a situação e salvar esse paciente.
Vamos conversar sobre isso? Participe conosco, compartilhe a campanha entre seus amigos e nos ajude a salvar vidas! Acesso www.setembroamarelo.com e confira todo o material disponível.
*Renato de Ávila Kfouri é pediatra e infectologista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
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