Dermatite atópica: terapia avançada será incorpora…

A farmacêutica Sanofi anunciou nesta segunda-feira, 9, que seu medicamento dupilumabe (nome comercial Dupixent®) indicado para dermatite atópicadoença inflamatória crônica que causa coceira e lesões vermelhas, será incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento de crianças de 6 meses a 12 anos que presente condições graves da condição.

A terapia, considerada avançada, esteve no centro de uma consulta pública da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec), que recebeu contribuições de médicos, pacientes e da população em geral entre o final de junho e o primeira quinzena de julho deste ano.

Segundo a farmacêutica, o dupilumabe é o primeiro medicamento biológico aprovado no Brasil e terá como foco bebês maiores de seis meses e crianças menores de 12 anos. “Até então, essa população ainda não contava com terapias avançadas para dermatite atópica grave pelo SUS”, disse a Sanofi em nota. O anticorpo monoclonal inibe duas moléculas importantes no processo inflamatório característico da doença.

A dermatite atópica afeta a qualidade de vida e a saúde dos pacientes. A doença é caracterizada por coceira intensa e manchas vermelhasalém de pele seca. Essas regiões acabam apresentando descamação que pode ser infectado por bactérias. Muitas crianças acabam se isolando para não evidenciar as lesões e algumas têm problemas no desempenho escolar e nas atividades diárias porque seu sono é impactado pela coceira.

Em casos moderados a graves, as pessoas também podem sofrer de problemas respiratórios, como rinite alérgica e asma. Estima-se que 20% da população pediátrica convivem com a doença, dos quais 60% apresentam sintomas no primeiro ano de vida.

O acesso não será imediato

Em nota, a Sanofi informou que apesar da aprovação da Conitec, o acesso dos pacientes ao tratamento não será imediato. “Há um processo posterior que envolve etapas administrativas e logísticas, que podem levar alguns meses até que as terapias estejam efetivamente disponíveis aos pacientes”, explica.

Mesmo assim, a incorporação é considerada uma vitória por especialistas que acompanham a luta de pais e pacientes por um tratamento que controla os sintomas.

“É um marco importante para milhares de crianças e suas famílias. Quando uma criança ou adolescente é diagnosticado com dermatite atópica, toda a família sente o impacto negativo, pois os sintomas, principalmente a coceira, afetam a qualidade de vida do paciente e de todo o círculo familiar”, afirmou a dermatologista Silvia em nota. Soutto Mayor, médico responsável pelo setor de Dermatologia Pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. “Agora, com os sintomas sob controle, essas crianças poderão crescer e desenvolver todo o seu potencial, aproveitando ao máximo cada fase de suas vidas.”