SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A quase três meses do verão, muitas pessoas começam a procurar formas de “secar” o corpo e recorrem a dietas e medicamentos milagrosos. No entanto, não existem soluções fáceis e atalhos para perder peso rapidamente. O foco deve ser na reeducação alimentar com disciplina, aliada à prática regular de atividade física.
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A endocrinologista Cynthia Valério, diretora da Abeso (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) alerta sobre os perigos das dietas milagrosas e dos tratamentos da moda, que podem até promover resultados rápidos, mas carecem de consistência e sustentabilidade no longo prazo.
Para ela, é fundamental que quem busca melhorar a saúde ou perder peso tenha orientações adequadas.
“Qualquer tratamento para uma condição fisiológica deve envolver uma equipe multidisciplinar”, afirma. “Médicos, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos vão garantir bons resultados, que podem até ser bem rápidos”.
Segundo a nutricionista Vânia Konopa, especialista em saúde da família, atenção primária e qualidade alimentar do Hospital Sírio-Libanês e do Centro Universitário São Camilo, ainda dá tempo de conseguir uma perda de peso significativa e uma melhora na composição corporal até o verão, desde que a pessoa é consistente em suas escolhas alimentares e exercícios físicos.
Nesta época do ano, é comum que surjam inúmeras dietas restritivas que prometem ressecar o corpo. Mas não é tão simples. Para Konopa, o caminho para a perda de peso sustentável não está em seguir dietas extremas, mas em fazer mudanças conscientes na sua dieta diária.
“Isso envolve aprender a fazer escolhas alimentares mais saudáveis, controlar as porções e entender quais alimentos devem ser evitados ou incluídos”, afirma.
Valério ressalta que qualquer iniciativa que vise a busca de saúde e mudança de estilo de vida é válida e bem-vinda. “O importante é que isto seja um gatilho para uma mudança real, sustentável e duradoura”, diz ele.
Os profissionais concordam que o ideal, ao iniciar uma dieta, é procurar um nutricionista e um médico para avaliar seu estado de saúde, realizar exames de sangue completos e verificar a necessidade de suplementação.
“Cada pessoa é única e o plano alimentar deve ser personalizado, levando em consideração as preferências alimentares, possíveis alergias e o estilo de vida de cada indivíduo”, explica Konopa. “De qualquer forma, você não pode continuar cortando alimentos. Isso pode ser prejudicial à saúde.”
Para quem pensa em adotar uma dieta de verão, açúcar, frituras e excesso de carboidratos devem estar no topo dos alimentos a serem evitados.
Por outro lado, o foco deve estar nas proteínas magras, vegetais, legumes e frutas -com moderação-, grãos integrais e laticínios com baixo teor de gordura. Esses alimentos são ricos em nutrientes e ajudam você a ficar saciado sem adicionar calorias excessivas.
Um erro comum que muitas pessoas cometem ao tentar perder peso é ficar em jejum ou pular refeições, principalmente o café da manhã, mas isso pode ter efeito rebote e fazer a pessoa engordar, segundo Konopa.
“Ficar sem comer desacelera o metabolismo, pois o corpo tenta economizar energia e passa a acumular gordura. Isso leva ao ganho de peso, já que, após longos períodos sem comer, o corpo tende a armazenar mais gordura, pois não sabe quando vai receber comida de novo”, explica.
O correto é seguir a conhecida regra de comer de três em três horas, evitando excessos, mas sem precisar ser extremamente restritivo, principalmente para quem já está com peso adequado.
Quando chega o período de viagens, a recomendação é manter o equilíbrio, a consistência e a moderação.
“Se você já atingiu um peso saudável, pode relaxar um pouco durante a viagem, mas sem chutar o balde. É importante evitar o consumo excessivo de álcool e fast food”, sugere.
Para quem ainda está em processo de emagrecimento ou tem IMC (Índice de Massa Corporal) elevado, a nutricionista aconselha manter o foco, mesmo durante as férias.
“Não adianta fazer esforço para perder peso agora e ganhar tudo de volta em poucos dias de férias”, afirma.
O QUE COMER E O QUE EVITAR
**Alimentos recomendados**
– Proteínas magras: frango grelhado, peixe, tofu e outros cortes magros de carne
– Verduras e legumes: Incorpore uma grande variedade de vegetais em sua dieta diária
– Frutas (com moderação): Consuma frutas, mas entenda que elas contêm frutose -um tipo de açúcar-, por isso devem ser consumidas em porções moderadas
– Cereais integrais: Arroz integral, quinoa, aveia, pão integral, que são opções mais saudáveis que os refinados
– Laticínios com baixo teor de gordura: Iogurte natural e queijos brancos são recomendados como opções lácteas
**Alimentos a evitar**
– Açúcar e doces: Reduza ao máximo o consumo de alimentos açucarados e sobremesas
– Carboidratos refinados: Evite pão branco, massas não integrais e outros carboidratos que rapidamente se transformam em açúcar no corpo
– Frituras e alimentos gordurosos: Evite frituras e gorduras trans, especialmente frituras com alto teor de gordura
– Refrigerantes e bebidas açucaradas: Reduza ou elimine o consumo de bebidas açucaradas, ricas em calorias e pobres em nutrientes
O QUE NÃO FAZER AO COMEÇAR UMA DIETA
– Fazer dietas extremamente restritivas: Dietas que cortam grupos alimentares inteiros ou com restrições severas podem ser prejudiciais à saúde e não são sustentáveis a longo prazo
– Pular refeições: Pular refeições, principalmente o café da manhã e o almoço, pode levar a um metabolismo mais lento e ao ganho de peso a longo prazo. Manter as refeições a cada três horas – no máximo a cada quatro horas – ajuda a controlar a fome e a evitar excessos
– Jejuns prolongados: Jejuns prolongados podem levar o corpo a armazenar gordura como resposta de sobrevivência. Em vez disso, são recomendadas refeições menores e mais frequentes
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