SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A busca pela harmonização facial trouxe à tona um novo fenômeno: a desarmonia facial. Artistas e influenciadores como Scheila CarvalhoGkay e Lucas Lucco decidiram reverter procedimentos estéticos que apresentavam resultados indesejados com ácido hialurônico, principal ingrediente para dar volume e contorno ao rosto.
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Porém, reverter esse processo pode ser difícil, doloroso e causar reações alérgicas graves, além de flacidez, principalmente entre quem já fez preenchimentos excessivos. Isso porque, para desarmonizar, é necessário utilizar uma enzima chamada hialuronidase, que dissolve o ácido hialurônico.
“Essa enzima pode ter efeitos colaterais, como qualquer medicamento injetável”, alerta o cirurgião plástico Luís Maatz, membro da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) e especialista na área do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
Um dos principais riscos associados à hialuronidase são as reações alérgicas. “É muito mais comum ter reação alérgica à hialuronidase do que ao ácido hialurônico, que raramente causa alergia”, explica.
Além disso, a aplicação da hialuronidase pode ser levemente dolorosa e causar desconforto ao paciente, como inchaço exagerado no local, que desaparece em poucos dias.
Quando o uso do ácido hialurônico é excessivo, a reversão também pode não restaurar totalmente a aparência original do rosto.
“Se você fizer injeções repetidas e com grandes volumes, acaba esticando a pele. Quando o efeito do produto diminui ou quando é aplicada hialuronidase pode ocorrer flacidez secundária”, afirma.
Essa flacidez é observada especialmente em áreas como os lábios. Para tratá-la, existem algumas opções, como os bioestimuladores de colágeno, substâncias biocompatíveis que, ao serem absorvidas pelo organismo, estimulam a produção de colágeno na pele, ajudando a proporcionar mais firmeza.
Outras opções incluem tecnologias como laser e microagulhamento, que também promovem a produção de colágeno. Em casos mais graves de excesso de pele, podem ser necessários procedimentos cirúrgicos, como lifting facial.
Para evitar a necessidade de reversão de procedimentos estéticos, Maatz recomenda procurar um cirurgião plástico ou dermatologista devidamente registrado nas sociedades brasileiras de cirurgia plástica e dermatologia.
Também é importante verificar se o profissional tem experiência com o tipo de procedimento desejado e se a visão estética está condizente com as expectativas do paciente.
Além do ácido hialurônico, existem outros materiais utilizados nos procedimentos de preenchimento facial, como o PMMA (polimetilmetacrilato) e o hidrogel. No entanto, estes produtos apresentam riscos significativamente maiores.
“O hidrogel já foi praticamente retirado de circulação, porque a Anvisa o proibiu há alguns anos. O PMMA ainda é vendido, mas vemos muitas complicações com seu uso”, explica o cirurgião plástico.
Ao contrário do ácido hialurônico, que é um produto biocompatível, ou seja, é absorvido pelo organismo ao longo do tempo, o PMMA não é totalmente absorvido, o que pode levar a reações inflamatórias ou infecciosas crônicas.
“É praticamente impossível a remoção completa do PMMA, pois ele permeia todos os tecidos onde foi injetado. Quando isso acontece, o paciente pode desenvolver inflamações repetidas e formação de abscessos, causando sequelas permanentes”, alerta.
Apesar dos riscos associados a alguns procedimentos estéticos, com o avanço das técnicas e a utilização de materiais biocompatíveis, como o ácido hialurônico, é possível obter resultados satisfatórios e seguros.
“É importante usar o bom senso. Grandes volumes aplicados em um único procedimento têm maior chance de gerar arrependimento. Por isso, comece com pequenas mudanças e avance de acordo com a necessidade e o desejo”, aconselha.
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