Entenda por que há um surto de diarreia em mais de 70 cidades de Goiás – Jornal Estado de Minas

Entenda por que há um surto de diarreia em mais de 70 cidades de Goiás – Jornal Estado de Minas



RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O estado de Goiás registrou 74 municípios com surto ativo de Doença Diarreica Aguda (DDA), segundo informou a Secretaria de Estado de Saúde nesta segunda-feira (26). No total, 12.205 casos foram notificados nessas cidades desde junho.

Segundo o Ministério da Saúde, a DDA corresponde a um grupo de doenças infecciosas gastrointestinais, caracterizadas por uma síndrome em que ocorrem pelo menos três episódios de diarreia aguda em 24 horas. O quadro consiste na diminuição da consistência das fezes e no aumento do número de evacuações, que pode ser acompanhada de náuseas, vômitos, febre e dores abdominais.

Segundo a Secretaria de Saúde de Goiás, a principal suspeita das causas do surto é contaminação da água e rotavírus. A pasta coletou amostras de água, que apresentaram uma bactéria chamada Escherichia coli, que a torna imprópria para consumo.

“As causas estão sendo investigadas nos diversos municípios, com testes em andamento, e as principais são o rotavírus, em geral, em vários municípios, e a contaminação de água de poços particulares, principalmente no município de Campos Belos, com presença do bactérias”, informou a secretaria.

Em relação aos diagnósticos isolados de diarreia, há 160.417 registros em todos os municípios em 2024. Os casos começaram a ser registrados em junho em Campos Belos, Cavalcante e Monte Alegre de Goiás.

Especialista em gestão em saúde pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Chrystina Barros explica que há uma série de agentes que podem causar diarreia.

“Normalmente está associado a algum agente de transmissão orofecal, em que o vírus nas partículas fecais pode passar de uma pessoa para a boca de outra através de alimentos e água contaminados com fezes que contenham o vírus”, disse.

O nome, segundo ela, se deve à rápida evolução da diarreia, que pode vir acompanhada de cólicas. “A pessoa não consegue controlar a evacuação e, por isso, é recomendado reforçar a hidratação, o que pode exigir a aplicação de soro na veia, e alimentos mais leves. Mas se o agente causador for uma bactéria, o tratamento pode ser diferente e exigir medicamentos . De qualquer forma, é importante que a pessoa procure atendimento básico de saúde”, afirmou Barros.

O especialista em saúde pública destaca ainda a necessidade de certificar a fonte de contaminação.

“Um surto como esse pode ser devido às condições de esgotamento sanitário e de água potável. Isso precisa ser investigado, além de oferecer suporte rápido às pessoas que precisam de atendimento. , por exemplo, fazem a diferença”, afirma.

A Secretaria de Estado de Saúde afirma que monitora os casos da doença e realiza ações para controlar o surto. Segundo o ministério, é esperado aumento de diagnósticos nos meses de agosto e setembro.



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