Cerca de 155 mil pessoas no Brasil são diagnosticadas com doença renal crônica e dependem da terapia dialítica – tratamento que substitui o trabalho realizado pelos rins quando eles param de funcionar. A importância da terapêutica foi reconhecida pelo Congresso Nacional, que criou o Dia Nacional da Diálise, comemorado anualmente na última quinta-feira de agosto, com o objetivo de conscientizar sobre as condições para melhorias necessárias. Em 2024, a data acontece nesta quinta-feira (29).
À medida que a ciência evolui, novas tecnologias surgem, trazendo maior bem-estar aos rins em todo o mundo. E o maior desafio do Brasil é acompanhar essa evolução. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que 87% do tratamento oferecido aos pacientes do SUS no Brasil é feito por meio de atendimento em clínicas privadas conveniadas, a maioria delas representadas pela Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT) . ). Mas as clínicas dependem dos recursos recebidos para melhorar a qualidade do tratamento.
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Por isso, em 2024, a campanha da ABCDT para conscientizar a população sobre a importância da diálise no Brasil ganha uma nova fase. Com o lema #ADiáliseNãoPodePerar, a entidade pretende mobilizar gestores públicos, sociedades, profissionais e do setor saúde, bem como gestores de clínicas e pacientes renais para uma realidade: o tratamento que garante a vida de milhares de brasileiros não pode esperar.
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), pelo menos 20 milhões de brasileiros sofrem com alguma disfunção renal. Com isso, a campanha pede mais recursos para melhorar os serviços de diálise e abrir mais vagas nas clínicas.
“Nos últimos dois anos, o Ministério da Saúde tomou conhecimento e nos concedeu dois reajustes, nos deu ajuda para adquirir equipamentos, mas mesmo assim enfrentamos dificuldades financeiras e não conseguimos fazer investimentos, por exemplo, para aumentar o número de vagas nas clínicas Cada vez mais recebemos relatos de clínicas que não recebem há dois, três, quatro, cinco meses pelo tratamento já realizado no paciente”, explica o presidente da ABCDT, Yussiff Ali Mere Júnior.
“São milhares de pacientes que muitas vezes precisam viajar duas, três, quatro horas por dia para chegar a um posto. São três vezes por semana. E essa rotina inviabiliza a qualidade de vida dessas pessoas e a possibilidade dessas pessoas conseguirem trabalhar , por exemplo”, acrescenta.
Estima-se que 50 mil pessoas morram antes mesmo de descobrirem a doença renal. Hoje, cerca de duas mil pessoas fazem diálise em hospitais, internadas permanentemente e em situação de risco do ambiente hospitalar, por falta de vagas. O presidente da ABCDT informa que o Brasil ainda precisa avançar muito no cuidado com a saúde renal da população.
“Aqui as pessoas têm dificuldade em cuidar de doenças que levam à doença renal, como diabetes e hipertensão, não conseguem diagnosticar a doença precocemente, para evitar a fase terminal que leva à diálise ou ao transplante. um exame simples e barato para medir a creatinina no sangue e depois, quando estão doentes, enfrentam dificuldades na diálise. A doença renal é muito grave e precisamos avançar no atendimento”, explica Yussif Ali.
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