O projeto de lei de autoria da senadora Soraya Thronicke (Podemos) busca permitir a venda de aparelhos por meio da criação de regras. Porém, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado adiou novamente, na última terça-feira (20), a votação do PL que regulamenta a venda de cigarros eletrônicos, atualmente proibido no país.
O mestre e doutor em oncologia Wesley Pereira Andrade falou sobre a liberação dos vapes para venda. “O uso desses aparelhos, também conhecidos como cigarros eletrônicos, tem sido associado a diversos riscos à saúde, principalmente em relação ao sistema cardiovascular. Estudos indicam que o uso de cigarros eletrônicos pode aumentar o risco de hipertensão arterial (HAS) e arritmias, condições que, por si só, são fatores de risco significativos para outras doenças cardiovasculares e morte precoce, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.” , ele avisa.
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Ele cita substancialmente estes três perigos:
1. Hipertensão
Os vapes contêm nicotina, que é um estimulante conhecido por aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca. A exposição crônica à nicotina através do uso de cigarros eletrônicos pode levar ao desenvolvimento de hipertensão. Além disso, a nicotina também pode causar vasoconstrição, que é o estreitamento dos vasos sanguíneos, contribuindo para o aumento da pressão arterial e sobrecarregando o coração. A longo prazo, estes efeitos podem aumentar o risco de outras doenças cardiovasculares, aumentando o risco de enfarte agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.
2. Arritmia
A nicotina presente nos vapes também pode influenciar a condução elétrica do coração, causando arritmias. Arritmias são irregularidades no ritmo cardíaco que podem variar de benignas a potencialmente fatais. A nicotina estimula a liberação de catecolaminas, como a adrenalina, que pode desencadear episódios de taquicardia (aumento da frequência cardíaca).
3. Dependência Química
A dependência química de vapes é um risco significativo devido à nicotina, uma substância altamente viciante.
Seu consumo permite um maior consumo de nicotina por tragada devido à possibilidade de maior concentração de nicotina/ml de suco/líquido de refil. De tal forma que pode equivaler a fumar um maço de cigarros em apenas alguns minutos de uso.
O uso contínuo de vapes pode levar ao desenvolvimento de tolerância, o que significa que o usuário precisa de quantidades cada vez maiores de nicotina para obter o mesmo efeito. Isso pode resultar em dependência física e psicológica, dificultando a interrupção do uso. Além disso, a dependência pode fazer com que os utilizadores de vape mudem para outras drogas estimulantes, aumentando ainda mais os riscos para a saúde.
“Em resumo, o uso de vapes está associado a altos riscos de problemas cardiovasculares como hipertensão e arritmias, além de alto potencial de dependência química devido à nicotina. Esses fatores combinados tornam esses dispositivos uma alternativa perigosa aos métodos tradicionais de consumo de nicotina”, enfatiza o especialista.
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