Terceira idade: dormir pouco ou demais pode indicar risco de Alzheimer – Jornal Estado de Minas

Terceira idade: dormir pouco ou demais pode indicar risco de Alzheimer – Jornal Estado de Minas



A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta principalmente a memória, o pensamento e o comportamento. Sendo a forma mais comum de demência, caracteriza-se pela acumulação de placas amilóides e emaranhados neurofibrilares no cérebro, levando à morte de células cerebrais e à deterioração das funções cognitivas.

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A qualidade e a quantidade do sono desempenham papel fundamental na saúde do cérebro, influenciando no risco de desenvolvimento da doença. Estudos mostram que tanto a privação como o descanso excessivo estão associados a um risco aumentado de demência, incluindo Alzheimer.

Privação de sono e Alzheimer

O médico geriátrico da Saúde em casaSimone de Paula Pessoa Lima, destaca que o descanso noturno é essencial para a remoção de subprodutos metabólicos do cérebro, incluindo a proteína beta-amilóide, reduzindo seu acúmulo. Durante o sono, o sistema glinfático é ativado, facilitando a eliminação da proteína beta-amilóide. “A privação de descanso pode comprometer esse processo, resultando no acúmulo dessa proteína, que é um dos principais marcadores patológicos do Alzheimer”.

Quando você não dorme o suficiente, há um aumento nos marcadores inflamatórios no corpo. A inflamação crônica é um fator de risco conhecido para diversas doenças e pode contribuir para a disfunção neuronal e a progressão da neurodegeneração. “O sono é crucial para a consolidação da memória e a aprendizagem. A privação do sono pode prejudicar estas funções cognitivas, que são as primeiras a serem afetadas na doença de Alzheimer. O défice prolongado de sono pode acelerar o declínio cognitivo em indivíduos suscetíveis.”

Por outro lado, dormir excessivamente, invadindo o horário do dia, pode estar associado a uma maior fragmentação do descanso noturno e à redução da qualidade do descanso profundo noturno. A inversão do ciclo sono versus vigília tem impacto direto na saúde do cérebro. “Esse excesso pode indicar condições subjacentes como depressão, apneia do sono ou outras doenças crônicas, que por si só são fatores de risco para demência. A presença destas condições pode acelerar o declínio cognitivo”.

Dormir demais também pode, como explica Simone, resultar em menos tempo para atividades físicas e sociais, conhecidos fatores de proteção contra a perda de capacidades mentais. “A inatividade física e social pode contribuir para a deterioração da saúde cerebral.”

Simone explica que é fundamental que o idoso mantenha um padrão de descanso equilibrado, com duração e qualidade adequadas. É recomendado que a maioria dos idosos durma entre sete e oito horas por noite, evitando tanto a privação quanto o excesso de sono. “Além disso, manter uma boa higiene do sono, como ter horários regulares para dormir e acordar, evitar estimulantes antes de dormir e criar um ambiente propício ao descanso, pode ajudar a promover a saúde do cérebro e reduzir o risco de Alzheimer”, recomenda. .





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