De janeiro de 2022 a junho de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 99.176 casos confirmados de mpox em 116 países. No período, foram registradas 208 mortes causadas pela doença.Dados do relatório de situação divulgado nesta segunda-feira (8/12) pela entidade mostram que, somente em junho, 934 casos foram confirmados laboratorialmente e quatro mortes foram notificadas em 26 países, “sinalizando transmissão contínua de mpox em todo o mundo”.
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As regiões mais afetadas em junho, segundo o número de casos confirmados, são África (567 casos), América (175 casos), Europa (100 casos), Pacífico Ocidental (81 casos) e Sudeste Asiático (11 casos). O Mediterrâneo Oriental não relatou nenhum caso durante este período.
No continente africano, a República Democrática do Congo é responsável por 96% dos casos confirmados em junho. A OMS alerta, no entanto, que o país tem acesso limitado a testes nas zonas rurais e que apenas 24% dos casos clinicamente compatíveis notificados como suspeitos no país foram testados em 2024, com uma taxa de positividade a rondar os 65%.
“A contagem de casos confirmados subestima, portanto, a verdadeira carga da doença no país”, acrescentou a entidade. Além disso, os dados preliminares relativos aos meses de Julho e Agosto de 2024, que não foram incluídos no relatório, apontam para a expansão do vírus em África.
Pelo menos quatro novos países da África Oriental, incluindo o Burundi, o Quénia, o Ruanda e o Uganda, notificaram os seus primeiros casos de mpox – todos ligados ao surto em expansão na região. A Costa do Marfim registou um surto da doença, mas de outra variante, enquanto a África do Sul confirmou mais dois casos.
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Entre janeiro de 2022 e junho de 2024, dez países respondem pela maioria dos casos confirmados globalmente: Estados Unidos (33.191), Brasil (11.212), Espanha (8.084), França (4.272), Colômbia (4.249), México (4.124), Estados Unidos Reino Unido (3.952), Peru (3.875), Alemanha (3.857) e República Democrática do Congo (2.999).
“Esta é a primeira vez que a República Democrática do Congo aparece entre os dez países que notificaram o maior número cumulativo de casos em todo o mundo. Juntos, estes 10 países representam 81% dos casos notificados a nível mundial”, destacou a OMS.
Perfil
Ainda de acordo com o relatório de situação, 96,4% dos casos confirmados de mpox (87.189 de 90.410 casos) são do sexo masculino, com idade média de 34 anos (faixa considerada de 29 a 41 anos).
“A distribuição dos casos por idade e sexo permanece estável ao longo do tempo, especialmente fora da região africana, onde os homens com idades entre os 18 e os 44 anos continuam a ser desproporcionalmente afectados pelo surto e representam 79,4% dos casos notificados”.
Entre os casos com dados de idade disponíveis, 1,3% (1.161 de 92.844 casos) têm até 17 anos, incluindo 334 (0,4%) até 4 anos. A maioria dos casos confirmados com idades iguais ou inferiores a 17 anos foi notificada nas Américas (709 de 1.161 casos; 61%).
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Nos países historicamente afectados pela mpox, como a República Democrática do Congo, as crianças com menos de 15 anos de idade representam a maioria dos casos notificados.
Rotas de transmissão
Entre as formas de transmissão da doença, o contato sexual é o mais relatado (19.102 de 22.801 casos ou 83,8%), seguido pelo contato não sexual entre pessoas. Este padrão, segundo a OMS, persistiu nos últimos seis meses, com 95,6% (483 de 505 casos) dos novos casos relatando contacto sexual.
Sintomas
Entre os casos em que é relatado pelo menos um sintoma, o mais comum é o exantema (88,5%), seguido de febre (57,9%) e exantema sistêmico ou genital (54,8% e 49,5%, respectivamente).
“Embora as lesões nas mucosas sempre tenham sido uma característica da mpox, entre os casos expostos através do contacto sexual na República Democrática do Congo, alguns indivíduos apresentam apenas lesões genitais, em vez da erupção cutânea extensa mais tipicamente associada à doença”, destacou a OMS. .
HIV
Os números mostram também que cerca de metade dos casos (18.628 de 35.861 ou 51,9%) com informação disponível sobre serologia para o VIH são de pessoas que vivem com VIH. O relatório sublinha, contudo, que a informação sobre a serologia do VIH não está disponível para a maioria dos casos na Região Africana.
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