Dedicado à conscientização sobre os cuidados durante a gravidez, o Dia Nacional da Gestante, que acontece na quinta-feira, 15 de agosto, traz também uma reflexão sobre a saúde reprodutiva e a importância do monitoramento da fertilidade. Iniciar esse processo a partir dos 25 anos pode ser fundamental para quem deseja planejar uma futura gravidez, pois o rastreamento precoce permite a identificação de possíveis problemas e condições, possibilitando um maior preparo para a maternidade.
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres têm engravidado cada vez mais tarde no Brasil. Nos últimos 10 anos, o aumento da faixa etária entre 35 e 39 anos foi de 63%, enquanto a taxa de natalidade entre mães até 19 anos caiu 23% no mesmo período. Para essas brasileiras, o desejo está ligado a um projeto de vida mais amplo, em que ter filhos significa ampliar a família e dar continuidade às suas gerações como parte de uma jornada planejada.
Em parte, esse movimento é acompanhado de avanços da ciência que permitem definir o melhor momento para engravidar para não ter o relógio biológico como barreira. Segundo dados do FERTGROUP, grupo de clínicas de Medicina Reprodutiva do Brasil e da América Latina, as brasileiras têm buscado tratamentos de fertilidade por volta dos 37 anos. Isso mostra, segundo Edson Borges Jr, diretor médico do FERTGROUP e diretor científico do Sapientiae Instituto e do Centro de Estudos e Pesquisas em Reprodução Assistida, que essa mudança de comportamento traz consigo também a necessidade de mais informações sobre alternativas de monitoramento da fertilidade.
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“É recomendado que esse acompanhamento seja incluído no check-up da mulher antes dos 30 anos. Mesmo sendo um plano futuro, é importante ter as informações necessárias para que alternativas possam ser planejadas de acordo com a vontade da paciente. Quando há uma espera maior na tomada de decisões sobre gravidez e o planejamento não é realizado, as chances de sucesso dos tratamentos de fertilidade podem ser menores”, comenta.
Dentre os possíveis exames solicitados para esse monitoramento, os mais comuns são:
- Testes hormonais para avaliar a reserva ovariana
- Ultrassonografia transvaginal, para avaliar os ovários e o útero
- Avaliação laboratorial de infecções sexualmente transmissíveis (IST)
“Através dessa primeira etapa, analisamos os resultados e, se necessário, podemos solicitar novos exames para aprofundar esse check-up. A mulher tem uma perda progressiva de qualidade e quantidade de óvulos, que acaba se intensificando com a idade, portanto, isso o acompanhamento é muito importante para prevenir, diagnosticar ou adaptar-se a futuras mudanças no estilo de vida”, explica o especialista.
Planejamento financeiro
Dentro do planejamento familiar ainda é preciso ir além da orientação. Analisar a sua organização financeira também é um passo importante para decidir ter filhos.
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“Felizmente, hoje temos possibilidades na medicina reprodutiva que nos permitem tomar decisões mais assertivas quanto ao desejo de ter filhos no futuro. E, quando esse planejamento é feito de forma abrangente, é possível ter acesso às melhores opções, além de ter maior segurança em caso de imprevistos”.
Por quanto tempo pode ser adiado?
De acordo com uma pesquisa recente realizada pela WIN, provedora de benefícios de construção familiar, com mil mulheres norte-americanas que decidiram adiar a maternidade para depois dos 35 anos, ficou demonstrado que os relacionamentos, o estilo de vida e as questões financeiras foram os principais precursores para essa escolha.
Porém, para tomar a decisão com maior segurança, mesmo que ainda haja incerteza sobre o desejo ou não de ter filhos, o monitoramento da fertilidade durante o check-up da mulher pode ajudar com possíveis alternativas, como o congelamento de óvulos.
“O congelamento geralmente é recomendado a partir dos 30 anos, mas isso não impede que seja realizado mais cedo. Ou seja, quanto mais jovem o paciente, melhor será a qualidade dos óvulos”, destaca.
Vale lembrar também que não existe uma idade exata para o paciente utilizar seus óvulos congelados, desde que estejam bem de saúde. Porém, o Conselho Federal de Medicina (CFM) recomenda que sejam utilizados antes dos 50 anos, para maior segurança à saúde do paciente e do bebê.
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