Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% da população brasileira sofre de bruxismo. Esse distúrbio, que afeta significativamente as pessoas, é caracterizado pelo ato involuntário de apertar, ranger ou bater os dentes, ocorrendo principalmente durante o sono. A longo prazo, o bruxismo pode causar desgaste dentário, sensibilidade dentária, doença periodontal e disfunções temporomandibulares, além de impactar a saúde mental e emocional, contribuindo para depressão e transtornos de ansiedade devido à privação de sono.
A professora e especialista em ortodontia da Universidade Iguaçu (UNIG), Thiana Quintella de Oliveira, explica que existem dois tipos principais de bruxismo: o bruxismo acordado e o bruxismo do sono. “Embora ambos possam estar relacionados à ansiedade e ao estresse, suas causas específicas variam. O bruxismo do sono pode ser desencadeado por fatores como traumas, predisposição genética, distúrbios respiratórios durante o sono e uso de certas substâncias como medicamentos, álcool, nicotina e cafeína” , diz Thiana.
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A má qualidade do sono tem um impacto significativo na saúde bucal geral. A privação do sono pode levar ao bruxismo, resultando em desgaste dentário e dores orofaciais, além de enfraquecer o sistema imunológico, o metabolismo, a saúde mental e aumentar o risco de doenças crônicas como hipertensão e diabetes. A consultora de sono da Ortobom, Gisele Gomes, ressalta a importância de um sono de qualidade. “Um sono de boa qualidade, num ambiente confortável e relaxante, não só ajuda a prevenir problemas relacionados com o bruxismo, como também é essencial para a saúde mental e para a prevenção de problemas futuros”. O bruxismo do sono é classificado como um distúrbio do movimento do sono, causando microdespertares que interrompem os ciclos do sono e impedem que eles se aprofundem, causando fadiga, sonolência diurna e dores de cabeça matinais.
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O professor da UNIG destaca ainda a importância de evitar o uso de telas antes de dormir, principalmente para crianças, para prevenir problemas de sono, inclusive o bruxismo. “Usar telas antes de dormir pode ser prejudicial, pois a luz emitida impede a produção de melatonina, hormônio que induz o sono. Recomendamos desligar as telas pelo menos uma hora antes de dormir para garantir um sono de boa qualidade.”
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O tratamento do bruxismo, que também envolve mudanças comportamentais, deve focar na causa principal e geralmente requer uma abordagem multidisciplinar, com a participação de dentistas, psicólogos e otorrinolaringologistas, por exemplo. “É recomendado que pacientes com bruxismo procurem um dentista o mais rápido possível para iniciar medidas de controle, devido aos possíveis impactos significativos na saúde bucal e geral”.
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