Atletas olímpicos: treinos podem interferir nos procedimentos estéticos? – Jornal Estado de Minas

A atenção do mundo está voltada para os atletas que participarão das Olimpíadas de 2024. Algumas delas, como Thaisa Daher, da seleção brasileira de vôlei, chamam a atenção não só pelos talentos esportivos, mas também pelas mudanças significativas na aparência. É comum vermos membros de equipes de vários países, inclusive do Brasil, com aparência bem diferente de anos atrás, seja por harmonização facial, toxina botulínica ou rinoplastia.

Embora nenhum procedimento seja proibido para atletas de alto rendimento, cuidados redobrados no pós-operatório são decisivos para que eles alcancem um resultado satisfatório — a curto e longo prazo, como explica o cirurgião plástico Fabio Nahas, professor da Unifesp e Diretor Científico Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (SBCP). No caso da lipoaspiração, por exemplo, o impacto do exercício intenso não é tão decisivo para o resultado, permitindo que os pacientes retomem as atividades 30 dias após a cirurgia.

A mamoplastia requer mais cautela. Procedimentos como a colocação de implantes de silicone ou a elevação do tecido mamário podem comprometer os resultados caso a paciente não siga as orientações médicas. Nas mamas com implantes, o impacto constante pode pressionar os implantes para baixo, enquanto nas mamas sem implantes os tecidos reposicionados podem sofrer alterações devido ao impacto repetido associado aos efeitos da gravidade. Segundo Fábio, para evitar que isso aconteça, é importante que a atleta priorize o uso de sutiãs ou tops de alta sustentação. Com eles é mais seguro que o resultado da cirurgia se mantenha por muito mais tempo.

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No caso de procedimentos estéticos menores, como botox e preenchimentos com ácido hialurônico, os impactos do exercício físico não alteram os resultados. “Embora a toxina botulínica (botox) tenha seu efeito reduzido em pessoas que praticam exercícios intensos, encurtando a duração do efeito desejado”, afirma o cirurgião plástico.

Se todas as orientações médicas forem seguidas, os procedimentos e cirurgias citados são seguros e podem oferecer resultados duradouros e satisfatórios, inclusive para atletas. Além de elevar a autoestima e melhorar a autoimagem desses competidores, algumas cirurgias podem até ser aliadas ao desempenho esportivo. “Um exemplo frequente é a mamoplastia redutora para mamas grandes, que pode facilitar a prática de exercícios, eliminando um possível obstáculo à movimentação e ao conforto durante a atividade”, avalia.