Um estudo realizado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e pela organização global de saúde pública Vital Strategies, em 2023, indicou que pelo menos um em cada quatro brasileiros de 18 a 24 anos (23,9%) já usou cigarro eletrônico.
Luiz Henrique Araújo confirmou o crescimento do uso do cigarro eletrônico entre os jovens, virando tendência, com a sensação de ser um produto diferente do cigarro. “Mas já está mais do que demonstrado que também liberta substâncias cancerígenas e está associado tanto a doenças pulmonares letais não oncológicas como oncológicas. A campanha antitabagismo inclui os cigarros eletrónicos, que estão mais em voga atualmente.”
Na opinião do oncologista clínico do Inca, a medida da Anvisa contra a entrada do “vape” no Brasil foi fundamental, mas ele comentou que o produto tem penetração muito forte em países europeus e nos Estados Unidos. “Independentemente da Anvisa, os cigarros eletrônicos estão disponíveis, as pessoas estão usando e, infelizmente, isso está criando uma futura geração de pacientes com câncer de pulmão”, alertou o oncologista do Inca.
Araújo afirmou que a maioria dos casos de câncer de pulmão são assintomáticos, descobertos por acaso. O sintoma mais comum é tosse, que pode estar associada a bronquite crônica ou pigarro devido ao fumo. Mas quando essa tosse está piorando ou associada a sangue no escarro, vale consultar o médico do paciente. Outros sintomas menos comuns são falta de ar, perda de peso, febre, dor no peito, que também podem levar a atendimento médico.
Pressão
O diretor-executivo da Fundação do Câncer, cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni, disse à Agência Brasil que continua a haver uma pressão muito forte da indústria do tabaco para liberar cigarros eletrônicos no Brasil, embora a Anvisa tenha reforçado a regulamentação que proíbe a entrada de ‘vapes’ no país. Por isso, a entidade reforça a importância da manutenção da política de proibição e controle do tabaco. “Porque sabemos dos dados alarmantes sobre o câncer de pulmão”, disse ele.
Mesmo com todos os avanços da medicina, com a inclusão de procedimentos e novos medicamentos, que permitem controlar muitos casos de câncer, o câncer de pulmão apresenta alta letalidade. “Temos mais de 30 mil novos casos de cancro do pulmão por ano e cerca de 30 mil mortes por ano. É uma taxa de mortalidade muito elevada”, destacou.
Maltoni lembrou que 80% dos cânceres de pulmão são diagnosticados em estágio mais avançado. Por isso, disse ser fundamental alertar a população para a importância de prevenir e evitar o principal agressor do desenvolvimento do cancro do pulmão, que é o tabagismo, com foco agora nos cigarros eletrónicos, especialmente entre os mais jovens.
No próximo Dia Nacional Antitabagismo, celebrado a 29 de agosto, a Fundação do Cancro prepara uma campanha abordando os malefícios dos cigarros eletrónicos e divulgando o movimento ‘Vape off’ nos meios de comunicação social, “visando sensibilizar, sobretudo os jovens, não usar neste caso cigarro eletrônico”, disse Maltoni.
Segundo ele, com a participação de alguns parceiros, será desenvolvido um desafio universitário, envolvendo instituições de ensino superior de todo o país, para que possam apresentar projetos que conscientizem a população em geral, e os jovens em particular, sobre os malefícios de cigarros eletrônicos. . O objectivo é reforçar ainda mais a política de controlo do tabaco.
“Evoluímos tanto, reduzimos muito o número de fumantes no Brasil e não podemos agora voltar atrás nessa pressão da indústria com o cigarro eletrônico, permitindo que apareçam novos jovens que acham que esse ‘vape’ é menos problemático. Daríamos dez passos para isso. Essa é uma preocupação de todos nós”, disse o médico.
Monitorando
O coordenador do Comitê Científico do Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), médico Paulo Corrêa, lembrou que o câncer de pulmão é uma das principais doenças crônicas do país. E a entidade tem se pautado por ações legislativas e políticas. Segundo ele, a SBPT publicou, este ano, as diretrizes brasileiras para rastreamento do câncer de pulmão.
Corrêa destacou que o rastreamento é uma estratégia importante do ponto de vista populacional, porque o câncer de pulmão pode não causar sintomas, mas pode matar pessoas. “Quando o diagnóstico é feito, a pessoa já pode morrer”. Ela explicou que cerca de 20% dos cânceres de pulmão podem ser resolvidos com tratamento cirúrgico.
A SBPI incentiva as pessoas a abandonarem o tabagismo, seja ele convencional ou eletrônico, sabendo que sete anos após parar de fumar, as pessoas têm uma redução de 20% no risco de câncer de pulmão e, segundo estudo norte-americano, em até 15 anos após a cessação do tabagismo, 38 % dos pacientes podem ser salvos. “Ambas as coisas são importantes: tanto a cessação do tabagismo como o rastreio do cancro do pulmão, que podem salvar vidas”.
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