Os cientistas fizeram grandes avanços em direção ao objetivo de diagnosticar Doença de Alzheimer com um simples exame de sangue. Em um estudo recente, publicado na revista científica Rede Jama abertaum grupo de pesquisadores relatou que uma varredura foi significativamente mais precisa do que a interpretação dos médicos dos testes cognitivos e tomografias computadorizadas para sinalizar a condição.
A pesquisa envolveu cerca de 1.200 pacientes com problemas de memória. Destes, aproximadamente 500 foram atendidos por médicos de cuidados primários e aproximadamente 700 por especialistas em clínicas de memória.. Os resultados mostraram quecerca de 90% das vezes, o exame de sangue identificou corretamente se pacientes com problemas de memória tinham Alzheimer.
O teste e comparação com avaliações clínicas
Simplificando, o exame de sangue para Alzheimer analisa os níveis de certas proteínas associadas à doença, como p-tau217 e Aβ42. Estas proteínas podem indicar a presença de Alzheimer antes do aparecimento dos sintomas, ajudando a diagnóstico precoce.
O desempenho dos exames de sangue foi ainda comparado com o diagnóstico tradicionalmente feito por especialistas. Em hospitais especializadosonde os pacientes recebem uma avaliação mais detalhada, os especialistas conseguiram identificar a doença de Alzheimer com um 71% de precisão usando métodos tradicionais. Nós cuidados primáriosonde os médicos têm menos acesso a tecnologias avançadas, a precisão foi menor, de 58%.
Implicações e futuro dos testes
Estes resultados destacam a eficácia de novos exames de sangue em identificar a doença de Alzheimer com alta precisão, ultrapassando as avaliações clínicas padrão, especialmente em ambientes de cuidados primários onde o acesso a testes mais avançados é limitado. A alta taxa de precisão dos biomarcadores pode não apenas melhorar a detecção precoce da doençamas também facilitar o início de tratamentos adequados e encaminhamentos para cuidados especializados e personalizados, potencialmente melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Embora ainda não haja uma data específica para a disponibilização destes testes no mercado, os investigadores esperam que num futuro próximo estejam disponíveis para uso clínico. A acessibilidade a tais testes será crucial para a sua adoção generalizada e espera-se que se tornem uma valiosa ferramenta complementar na prática clínica.
Impacto potencial
Esses testes podem ser especialmente úteis para identificar pacientes elegíveis para novos medicamentos aprovados recentemente, como Leqembi e Kisunla, que atacam a proteína amilóide, acumulado de forma anormal no cérebro de pessoas com doença de Alzheimer.
Contudo, os especialistas sublinham que as análises ao sangue devem ser apenas uma etapa do processo de rastreio e utilizadas apenas para pessoas com perda de memória e outros sintomas de declínio cognitivo. Não é recomendado seu uso em pessoas cognitivamente saudáveis para prever se desenvolverão Alzheimer, devido ao risco de ansiedade e outras reações psicológicas a um resultado positivo sem terapias preventivas disponíveis.
Os próximos passos incluem a integração da análise de exames de sangue nos sistemas laboratoriais hospitalares e a garantia de que os médicos da atenção primária possam usar esses exames, aumentando a acesso à triagemespecialmente para minorias raciais, comunidades de baixa renda e áreas rurais.
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