O ator e apresentador Otaviano Costa, 51 anos, relatou, nesta segunda-feira (22/7), que foi diagnosticado com aneurisma de aorta torácica ascendente, condição rara e grave. O problema foi descoberto depois que o ator sentiu dores no peito, embaixo do peito, e procurou um médico, necessitando de cirurgia. Em entrevista com CorrespondênciaO cirurgião cardíaco Cláudio Cunha, do Hospital Sírio-Libanês de Brasília, explica que na maioria dos casos o diagnóstico é feito incidentalmente, durante a investigação de outras condições.
“Muitos pacientes são assintomáticos ou apresentam sintomas inespecíficos, como desconforto no peito. Esses sintomas podem ser confundidos com outras doenças, o que dificulta a identificação inicial de um aneurisma”, explica Cláudio Cunha, que destaca ainda que a maioria dos pacientes não apresenta sintomas específicos.
“Mesmo em exames de rotina, como tomografias realizadas por outros motivos, é possível identificar aneurismas assintomáticos. Por exemplo, durante a pandemia de Covid-19, foram descobertos vários aneurismas em pacientes submetidos a tomografias computadorizadas de tórax para avaliar infecção pelo vírus”, alerta o especialista.
Segundo o médico, o aneurisma é caracterizado pela dilatação da aorta, que é maior que uma vez e meia o diâmetro esperado para aquela pessoa. Em adultos, a aorta geralmente tem cerca de 30 mm de diâmetro e quando essa medida ultrapassa 45 mm é considerada um aneurisma. A parede aórtica enfraquece, tornando-se mais suscetível à dilatação progressiva.
“Essa dilatação geralmente ocorre ao longo de meses ou anos. A exceção é a dissecção aórtica, onde o sangue passa entre as camadas da parede aórtica, o que pode acontecer repentinamente. Porém, a maioria dos aneurismas se desenvolve lentamente, permitindo o acompanhamento e o planejamento do tratamento”, explica Cunha.
Em relação à taxa de mortalidade, o médico destaca que ela é elevada nos casos de ruptura de aneurisma, chegando a mais de 90%. “É fundamental diagnosticar e tratar o aneurisma antes que ele se rompa. Quando ocorre a ruptura, muitos pacientes não têm chance de sobrevivência, sendo muitas vezes confundida com infartos fulminantes”, alerta.
Tratamento e prevenção
Em relação ao tratamento, o especialista em cirurgia cardiovascular explica que a intervenção cirúrgica é geralmente recomendada quando o diâmetro do aneurisma ultrapassa os 50 a 55 mm, devido ao aumento significativo do risco de ruptura. A decisão de operar é baseada na avaliação do tamanho do aneurisma e do risco que representa para o paciente.
Idade avançada, doenças genéticas como a síndrome de Marfan e histórico familiar de aneurismas estão relacionados à possibilidade de desenvolver a doença. Os homens, especialmente após os 50 anos, têm maior probabilidade de desenvolver esta condição em comparação com as mulheres.
“Quanto à prevenção, o especialista destaca a importância dos exames regulares, principalmente para pessoas com fatores de risco. Exames como ecocardiografia e tomografia são fundamentais para a detecção precoce de aneurismas, mesmo em pacientes assintomáticos”, sugere o médico.
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