Nas estações de metrô da cidade de São Paulo, já é comum encontrar totens com distribuição gratuita de preservativos, a facilidade para evitar relações sexuais desprotegidas e o risco de infecções sexualmente transmissíveis (IST), incluindo o VIH – o vírus que causa a SIDA. Agora, mais uma camada de proteção chega ao sistema de transporte que transporta milhares de pessoas por dia com a instalação de uma máquina que entrega Profilaxia pré e pós-exposição ao HIV (PrEP e PEP, respectivamente), além de kits de testagem para detecção do vírus, em Estação Light da Linha 4-Amarela.
Iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, ação tem como foco aumentar o acesso da população a métodos preventivos em ponto estratégico da cidade: a estação fica no trajeto de quem usa a Linha 1-Azul, também do metrô, e as linhas 7-Rubi e 11-Coral da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Outra máquina com a mesma finalidade foi colocada em junho na Estação Vila Sônia, localizada no outro extremo da Linha 4-Amarela.
“Essa é mais uma parceria que firmamos com a Secretaria de Saúde e é de extrema importância para a população. É uma forma de ir além dos nossos serviços de mobilidade, contribuindo com as pessoas dos locais onde atuamos”, afirmou, em comunicado, Jocelyn Cibelle Cárdenas Mora, gerente de comunicação da ViaQuatro e ViaMobilidade.
O acesso à profilaxia e testagem é uma ferramenta importante para o combate às novas infecções pelo HIV e deve ocorrer sem tabus, vergonha ou preconceito para garantir mais conhecimento sobre a doença e queda no número de casos.
No estado de São Paulo, há queda nas notificações. No ano passado, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde registrou 3.009 casos de HIV. Em 2022, eram 6.759. A capital paulista passa pelo mesmo movimento, com redução de 3.761 casos notificados em 2016 para 2.066 casos em 2022.
É importante ter em mente que PrEP e PEP não previnem outras infecções sexualmente transmissíveispor isso o uso de preservativo durante as relações sexuais continua a ser recomendado.
Como tomar PrEP e PEP no metrô
Para retirar a PrEP e a PEP das máquinas do metrô, é necessário realizar uma consulta médica online por meio do SPrEP, disponível no aplicativo e-saúdeSP.
A teleconsulta será agendada e o profissional emitirá o receita com código QR, que será lido pela máquina. O horário de consulta é das 18h às 22h. O passo a passo é aqui.
A PrEP e a PEP têm objetivos diferentes. A PrEP é um meio de prevenir a infecção pelo HIV. O usuário toma diariamente um comprimido composto de tenofovir e emtricitabina para criar uma espécie de bloqueio nas vias utilizadas pelo HIV para infectar o organismo. Assim, cria-se um efeito protetor caso ocorra contato com o vírus.
A PEP é um medicamento anti-HIV de emergência que deve ser administrado por 28 dias em caso de relação sexual desprotegida com risco de infecção.
Vacina contra HPV para quem usa PrEP
Desde o início do mês, pessoas de 15 a 45 anos que fazem profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV foram incluídas no público-alvo da vacinação contra o papilomavírus humano, o HPV. As IST estão relacionadas com cancros do colo do útero, vulva, pénis, ânus e orofaringe, bem como verrugas nos órgãos genitais.
A vacina é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos em regime de dose única, estratégia adotada este ano. Também é recomendado para pessoas de 9 a 45 anos que vivem com HIV e AIDS, pacientes oncológicos, pessoas com papilomatose respiratória recorrente (PRR) e transplantados em esquema de três doses, bem como pessoas imunocompetentes de 15 a 45 anos que estejam vítimas de violência sexual.
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