A miopia, uma condição que causa dificuldade de visão à distância, está avançando pelo planeta – e rapidamente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê queaté 2050, este distúrbio visual afetará metade da população global, ou seja, cerca de 4,7 mil milhões de pessoas. As crianças, principalmente pelo uso de telas e pela falta de exposição solar, intensificada após a pandemia, são as mais afetadas pelo problema.
De acordo com um estudo publicado na revista médica Oftalmologia JAMAa maior referência científica na área, a prevalência da doença aumentou até 3 vezes em meninas e meninos de 6 a 8 anos em 2020, em comparação com o período de 2015 a 2019. Entre a população asiática, a prevalência da miopia é tão elevada que atinge proporções da epidemiaalcançando 72% a 81% de alunos do ensino secundário (11 a 17 anos).
Miopia e suas implicações
A miopia ocorre quando a luz que entra no olho não é focada no local correto, o que causa objetos distantes parecem embaçados. Há aceleração na infância porque, nesta fase do crescimento, a presença da luz é ainda mais essencial ao órgão.
É na primeira década de vida que se desenvolve a curvatura e o comprimento do olho para focar no ponto correto.. A luz solar estimula o enrijecimento da esclera, a estrutura do olho — nos míopes, a esclera é mais elástica que o normal, o que causa uma mudança no formato do órgão. Por ser mais oval, tem tendência a focar em um ponto inadequado.
O uso constante de smartphones contribui para o desenvolvimento da miopia porque, durante a visualização próxima – seja lendo um livro ou usando dispositivos eletrônicos -, a lente natural do olho torna-se maior que o normal. Assim, a pressão ocular aumenta, empurrando a esclera, o que faz com que o foco das imagens não chegue à retina.
Vale lembrar, porém, que outros fatores de risco são responsáveis pela miopia, como explica a oftalmologista Júlia Rossetto, presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP). “A miopia é multifatorial. Sabemos que a componente familiar é importante, o que explica a elevada prevalência nas populações asiáticas, por exemplo. E, se ambos os pais forem míopes, a probabilidade de a criança também ser míope aumenta sete vezes.“, ele explica.
Novas soluções
Apesar do rápido início da miopia, novas soluções prometem facilitar a vida das pessoas afetadas por esse distúrbio visual. Na verdade, novas lentes de contacto de marcas como Johnson & Johnson, CooperVision e Zeiss podem retardar a progressão da visão turva.
Recentemente, a empresa alemã lançou as lentes MyoCare que, segundo o gerente O diretor de Marketing da Zeiss Vision Brasil, Widi Ortega, é um grande marco no atendimento às necessidades dessas crianças. “Estamos falando de aproximadamente dez anos de estudos para desenvolver um produto como esse”, afirma.
“Desenvolvemos duas lentes específicas: MyoCare para crianças de até 10 anos e MyoCare Pro para crianças de 10 a 17 anos. Em testes, conseguimos reduzir a progressão da miopia em mais de 60%, em comparação com crianças que não usaram as lentes”, revela Ortega.
Resultados preliminares de um ensaio clínico realizado em parceria com o Wenzhou Medical University Eye Hospital, na China, com 232 crianças de 7 a 12 anos, mostrou que 16% das crianças que usaram lentes Zeiss MyoCare não apresentaram crescimento axial (medida para o avanço da miopia), em comparação com 7% entre aquelas que usaram lentes corretivas convencionais.
A inovação utiliza microestruturas que formam padrões de anéis na superfície frontal da lente, alternando zonas de desfoque e foco. Isso cria um efeito que impede a expansão do olho, ao mesmo tempo que proporciona uma visão clara.. “As lentes são adaptadas para diferentes idades e comportamentos, e ainda são ajustadas para acompanhar o crescimento de crianças e adolescentes, garantindo que continuem realizando atividades normais, como brincar e estudar, sem prejudicar a visão”, afirma Ortega.
O executivo destaca que Zeiss permite duas trocas de lentes em intervalos de seis meses, independentemente de alterações no grau de miopia ou astigmatismo. “A criança, após seis meses de uso, deve ir ao oftalmologista, que passa uma nova receita, ajustando o grau conforme necessário”, explica. “Essa prática é um ponto importante, pois, no mercado como um todo, muitas empresas só autorizam a troca se houver mudança significativa de nota”, finaliza.
Hábitos saudáveis e prevenção
Para mitigar o aumento da miopia infantil, existem importantes medidas preventivas que podem e devem ser adotadas. A doutora Júlia Rossetto recomenda limite o tempo de tela de acordo com a idade da criança.
“Até 2 anos, tempo zero de tela; de 2 a 6 anos, até uma hora por dia; dos 6 aos 10 anos, uma a duas horas por dia”, aconselha. Além disso, utilizar a maior tela possível e com maior distância, bem como espaçar o uso com outras atividades, preferencialmente ao ar livre, faz parte das orientações.
A detecção precoce também é extremamente importante, porque os tratamentos hoje propostos são eficazes para retardar a progressão da miopia, mas não para revertê-la.. Por isso, exames oftalmológicos completos e periódicos, principalmente para crianças com fatores de risco, são essenciais. Esses exames deve incluir dilatação da pupila para diagnóstico preciso e monitoramento da progressão.
O controle da miopia infantil é um desafio global, e soluções como lentes que retardam a progressão do distúrbio representam um avanço significativo na preservação da saúde ocular das crianças. A combinação de tecnologias inovadoras, com hábitos saudáveis e diagnóstico precoce, oferece o melhor caminho diante de uma pandemia capaz de comprometer a qualidade de vida.
Compartilhe este artigo via:
bxblue emprestimos
quero fazer empréstimo consignado
como fazer emprestimo consignado
empréstimo c
bxblue simulação
emprestimo consignado para aposentado inss
emprestimo consignado online rapido
empréstimos consignados
simulação para emprestimo consignado
empréstimo consignado para negativado
emprestimos para aposentados inss