Considerada a terceira causa de internação em pessoas com mais de 60 anos, a insuficiência cardíaca atinge cerca de 3 milhões de pessoas no Brasil, segundo a Sociedade Paulista de Cardiologia. Nesta terça-feira (7/9) é comemorado o Dia Nacional de Alerta sobre Insuficiência Cardíaca, que tem como objetivo conscientizar a população sobre seus sintomas e diagnóstico precoce.
Segundo o cardiologista Flavio Cure, responsável pelo serviço de Cardio-oncologia da Rede D’Or, a insuficiência cardíaca (IC) é uma das principais doenças crônicas que causam mortalidade e morbidade no mundo e se caracteriza pela deficiência no bombeamento de sangue para os coração. prejudicando o funcionamento de vários órgãos e tecidos.
“A insuficiência cardíaca causa redução do fluxo sanguíneo e refluxo (congestão) de sangue nas veias e nos pulmões, além de outras alterações que podem prejudicar a saúde do coração. Se não for tratada adequadamente após o diagnóstico, pode reduzir a expectativa de vida, causando infarto e obstrução coronariana”, destaca.
Conhecida como doença cardíaca fraca, a insuficiência cardíaca apresenta os seguintes sintomas principais:
* Falta de ar;
* Batimentos cardíacos acelerados;
* Inchaço nas pernas;
*Fadiga;
*e dificuldade em realizar tarefas simples do dia a dia.
Causas
A insuficiência cardíaca pode ser causada por diversos fatores, sendo os principais:
* Doença arterial coronariana (infarto do miocárdio);
* Pressão alta (hipertensão arterial);
* Doenças das válvulas cardíacas;
* Doença cardíaca congênita;
* Miocardite (inflamação do músculo cardíaco);
*Diabetes;
*Obesidade;
* Fumar;
O tratamento pode incluir mudanças na dieta, como ingestão limitada de sal e líquidos, bem como o uso de medicamentos prescritos. Em alguns casos, seu médico pode solicitar o implante de um desfibrilador ou marca-passo.
Para auxiliar no diagnóstico, o cardiologista pode solicitar exames como ecocardiograma, eletrocardiograma (ECG) e radiografia de tórax. Além disso, o teste de esforço e o cateterismo cardíaco também podem complementar a investigação do quadro.
“É importante ficar atento aos sinais. Se uma pessoa sente fadiga após tarefas simples ou mesmo em repouso, ela precisa investigar a saúde do seu coração”, disse ela.
Quem já tem alguma comorbidade como diabetes, hipertensão ou colesterol alto deve ter atenção redobrada à insuficiência cardíaca, que pode causar infarto e obstrução coronariana.
Insuficiência cardíaca no tratamento do câncer
O médico acrescenta que pacientes em tratamento quimioterápico também precisam ficar atentos à insuficiência cardíaca.
Segundo o especialista, a disfunção cardíaca relacionada ao tratamento quimioterápico (QT) é um dos efeitos indesejáveis e ocorre em cerca de 10% dos pacientes. É o caso das mulheres em tratamento de câncer de mama. A prevalência de pacientes que desenvolvem insuficiência cardíaca, secundária ao uso de quimioterápicos como as antraciclinas, gira em torno de 3% a 5%, dependendo da dose utilizada.
“É importante que haja um trabalho multidisciplinar e integrado entre o oncologista e o cardiologista para que o tratamento do câncer se torne uma medida preventiva cada vez mais importante, sem afetar a saúde do coração”, explica o cardiologista.
Flávio Cura
É cardiologista clínico e especialista em Cardio-oncologia. Coordenador do Centro de Estudos do Hospital CopaStar e responsável pelo serviço de Cardio-oncologia da Rede D’Or. Foi bolsista da Cleveland Clinic Foundation e possui doutorado em Cardiologia pela USP. Membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Europeia de Cardiologia.
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