Número de internações causadas por herpes zoster cresce no Brasil – Jornal Estado de Minas

Houve aumento de 10,6% no número de internações hospitalares por herpes zoster em 2023 em relação ao ano anterior, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do SUS, do Ministério da Saúde, via DataSUS. No período, foram registrados 2.600 casos. A doença é causada pela reativação do vírus varicela zoster, que geralmente é adquirido na infância por meio da varicela, e já pode estar presente no organismo de cerca de 94% dos adultos brasileiros.

O aumento dos diagnósticos de herpes zoster pode estar relacionado ao envelhecimento da população. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Censo 2022, o número total de idosos no Brasil cresceu 57,4% em 12 anos, e a varicela zoster tende a se manifestar com o avanço da idade, principalmente após os 50 anos, quando começa a ocorrer um declínio natural do sistema imunológico.

O sintoma mais característico do herpes zoster é a dor causada por lesões na pele, que podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns no tórax, abdômen e face, seguindo os trajetos dos nervos. A dor geralmente é descrita como sensação de queimação, dor latejante, cortante ou penetrante, formigamento e agulhadas, ardor e coceira local, além de erupção de pequenas bolhas agrupadas na pele e febre, dor de cabeça e mal-estar.

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“Muitas pessoas ainda desconhecem os riscos do herpes zoster e subestimam seus sintomas e consequências. A doença está relacionada ao envelhecimento da população, à presença de doenças crônicas e condições imunossupressoras e a outros fatores que levam ao declínio da imunidade”, destaca o infectologista Jessé Reis Alves, gerente médico de vacinas da GSK, que explica que o herpes zoster pode causar dores incapacitantes, que podem durar 90 dias ou mais, como é o caso da neuralgia pós-herpética.

Outras consequências que o herpes zoster pode causar são:

• Envolvimento do nervo trigêmeo, particularmente do ramo oftálmico, que pode danificar a córnea
• Envolvimento do nervo facial (paralisia de Bell), levando à distorção facial
• Comprometimento do nervo geniculado, devido a lesões no nervo facial e auditivo, que podem resultar em zumbido, vertigem e distúrbios auditivos

É importante destacar que existe uma vacina contra o herpes zoster, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e recomendada principalmente para pacientes com mais de 50 anos, fase de maior risco de infecção. A vacinação também ajuda a reduzir dores agudas e crônicas, porém não é eficaz no herpes tipo 1 (oral) e no herpes tipo 2 (genital), apenas no tipo 3 (zoster).