Divinópolis recebe campanha de combate ao câncer de cabeça e pescoço – Jornal Estado de Minas

Divinópolis recebe campanha de combate ao câncer de cabeça e pescoço – Jornal Estado de Minas



O câncer na região de cabeça e pescoço, principalmente na cavidade oral e laringe, é diagnosticado em estágio avançado em 80% dos casos. Por isso, o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) promove, até sábado (6), a campanha “Informação que Muda Histórias” em Divinópolis (MG) – Região Metropolitana de Belo Horizonte. A ação visa conscientizar sobre a importância da busca e do compartilhamento de conhecimento como princípio de transformação.

Em Minas Gerais, o câncer de cabeça e pescoço mais comum é o da cavidade oral (região da boca), com previsão de diagnóstico de 1.820 casos em 2024, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). No Brasil, oito em cada dez casos de câncer na cavidade oral são descobertos em estágio avançado.

Como consequência, o diagnóstico tardio resulta em:

1. Menor chance de controlar a doença

dois. Piora a qualidade de vida do paciente

3. Maiores taxas de morbidade e mortalidade

4. Maior risco de mutilação devido à necessidade de cirurgias mais extensas

5. Maior complexidade de outras modalidades de tratamento

6. Maior demanda por reconstrução facial

7. Mais desafios na reabilitação de pacientes

Diferentes tumores na região de cabeça e pescoço afetam, além da cavidade oral (boca, lábios, língua, gengivas, assoalho da boca e palato), os seios da face (maxila, frontal, etmoidal e esfenoidal), a faringe (nasofaringe, orofaringe e hipofaringe), a laringe (supraglote, glote e subglote), as glândulas salivares e a glândula tireóide.

Ações presenciais

As atividades tiveram início no dia 1º deste mês, lideradas pela Liga Acadêmica de Odontologia Hospitalar e pela Liga Acadêmica de Diagnóstico Oral, coordenadas pela cirurgiã-dentista Luciana Vieira Muniz, coordenadora da Comissão de Ensino e Ligas Acadêmicas do GBCP e professora de Estomatologia e Patologia Bucal. na Unifenas.

Hoje, quarta-feira, as atividades foram realizadas na Escola Municipal Otávio Olímpio de Oliveira, às 7h50, e na Escola Municipal Professor Bahia, às 10h. Amanhã, serão duas palestras: às 7h30 na Escola Municipal Benjamim Constant e às 11h, novamente no Colégio Roberto Carneiro.

“Com atividades nas escolas, orientaremos sobre os riscos do cigarro eletrônico, cada vez mais consumido por jovens e adolescentes. Vamos usar uma linguagem adequada para esse público, que também é formador de opinião em suas casas. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), nosso foco é a educação continuada, mostrando a todos os profissionais de saúde que eles são agentes de transformação na saúde e devem liderar a conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço”, destaca Luciana.

As UBS, por meio das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), recebem palestras desde o dia 1º, sempre às 7h, com o tema “Conscientização sobre o Câncer de Cabeça e Pescoço”. As próximas atividades acontecerão nas unidades Sagrada Família, Candidés e Vale do Sol (quinta-feira, 4) e Nações e Tietê (sexta-feira, 5).

Sábado Verde

Alunos das Ligas Acadêmicas de Odontologia Hospitalar e Diagnóstico Bucal, vinculadas ao Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (GBCP), promoverão na sexta-feira (6), das 14h às 17h, o Dia D de Rastreamento de Lesões Suspeitas. A ação acontecerá na Clínica Unifenas, dentro do campus Unifenas de Divinópolis. Gratuitamente, o público será atendido por telefonistas, que examinarão os participantes. Caso sejam identificadas lesões suspeitas, os pacientes serão encaminhados para um serviço especializado, que poderá solicitar exames para confirmar o diagnóstico.

Fechando as atividades em Divinópolis, haverá o Sábado Verde, das 9h às 12h, na Praça do Santuário. No local, além da distribuição de material informativo sobre prevenção e diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço, o público será convidado a participar de atividades físicas coordenadas pelo educador físico João Jarber.

Sintomas

Os principais sinais de alerta para o câncer de cabeça e pescoço são:

  • Ferida na boca que não cicatriza (sintoma mais comum)
  • Dor na boca que não passa
  • Nódulo ou espessamento persistente na bochecha
  • Área vermelha ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdalas ou revestimento da boca
  • Irritação na garganta ou sensação de que algo está preso ou preso na garganta
  • Dificuldade em mastigar ou engolir
  • Dificuldade em mover a mandíbula ou a língua
  • Dormência da língua ou outra área da boca
  • Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca seu ajuste ou fique desconfortável
  • Dentes soltos ou soltos nas gengivas ou dor ao redor dos dentes ou mandíbula
  • Mudanças de voz
  • Nódulos ou nódulos aumentados no pescoço
  • Perda de peso
  • Mau hálito persistente

Vale ressaltar que a presença de algum desses sinais e sintomas pode sugerir a existência de câncer, cabendo ao médico avaliar a necessidade de outros exames para confirmar ou não o diagnóstico. Muitos destes sinais e sintomas podem ser causados ​​por outros tipos de cancro ou doenças benignas. É importante consultar o seu médico ou dentista se algum destes sintomas persistir por mais de duas semanas. Quanto antes for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores serão as chances de sucesso.

Leia também: Veja os tumores de cabeça e pescoço mais comuns na população de BH

Fatores de risco

Ao contrário de muitos tipos de câncer, cujas principais causas são desconhecidas, os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço estão bem estabelecidos:

  • Não fume
  • Evite o consumo de bebidas alcoólicas
  • Previna-se contra o vírus HPV (medida para a qual existem vacinas na rede pública e privada de saúde)

Há um fator comum nos tumores de cabeça e pescoço: na maioria das vezes, eles são evitáveis.

Desde janeiro de 2017, o Ministério da Saúde oferece proteção aos meninos contra o papilomavírus humano (HPV), medida complementar à imunização já realizada em meninas desde 2014. As vacinas contra o HPV protegem contra os dois subtipos do vírus mais associados ao câncer . Os vírus oncogênicos – 16 e 18 – são prevalentes em tumores de cabeça e pescoço, principalmente de orofaringe.

Segundo a oncologista clínica Aline Lauda Chaves, diretora do GBCP e do DOM Oncologia de Divinópolis, a contribuição de todos nesta causa é muito importante. “Juntos podemos ampliar e construir uma base sólida de informações que decompõe o desconhecido e gera transformação. Queremos que informações corretas e atualizadas sobre o câncer de cabeça e pescoço cheguem a todos os profissionais de saúde e à população em geral”, afirma.



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