O aumento do uso de canetas emagrecedoras no Brasil já é uma realidade, basta observar que esses medicamentos são constantemente esgotados nas farmácias, independente do seu alto preço. O facto de serem comercializados sem necessidade de apresentação de receita médica é um dos motivos que contribui para agravar esta situação.
Assim como outros medicamentos para controle de peso, os agonistas do receptor GLP-1 (nome científico dessa classe de medicamentos) só devem ser usados com rigoroso acompanhamento médico e orientação nutricional detalhada.
O suporte nutricional é fundamental, pois uma alimentação balanceada aliada ao uso de suplementos contribui para a eficácia do tratamento, além de ajudar a reduzir seus frequentes efeitos adversos, como náuseas, vômitos, diarreia e prisão de ventre.
“A perda muscular, que é um dos efeitos indesejados, por exemplo, piora a qualidade de vida e é um fator prejudicial à saúde em geral, pois desequilibra o metabolismo e dificulta a manutenção dos resultados, favorecendo o reganho do peso. Além disso, menos massa muscular produz um ambiente de inflamação crónica, que pode levar ao aumento da resistência à insulina e à diabetes”, explica o nutricionista Nataniel Viuniski, especialista em obesidade e membro do Conselho de Assuntos Nutricionais da Herbalife.
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Acontece que mesmo os nutricionistas ainda não têm orientações claras sobre as recomendações que devem dar aos pacientes que usam canetas para perder peso. É o que demonstra a nova pesquisa realizada pela Nutritotal encomendada pela Herbalife, que envolveu 1.137 profissionais:
• Apenas 10,6% dos entrevistados afirmam fazer ajustes de acordo com os efeitos adversos apresentados por esses medicamentos;
• 39,1% não recomendam suplementação para pacientes que utilizam canetas emagrecedoras;
• Apenas 24% recomendam suplementos proteicos.
“Esta realidade reforça a importância da criação de um guia nutricional para apoiar os pacientes que estão em tratamento com canetas emagrecedoras. A ideia é orientar o paciente sobre como seguir uma alimentação balanceada e adotar um estilo de vida saudável e ativo para manter seus resultados, além de minimizar os efeitos colaterais dos medicamentos”, afirma a nutricionista.
Abaixo estão alguns ajustes nutricionais recomendados por um nutricionista para minimizar efeitos adversos:
1. Perda muscular
Além da prática de exercícios de força (levantamento de peso), o paciente precisa garantir o consumo de alimentos ricos em proteínas de boa qualidade em todas as refeições (frango, peixe, proteína isolada de soja e cortes magros de carne vermelha), inclusive nos lanches. (queijos, barras de proteínas, iogurtes, ovos). A quantidade de proteína que uma pessoa necessita para manter ou ganhar massa muscular dependerá da intensidade e frequência do exercício realizado, podendo variar de 1,2g a 2g por quilograma de peso, segundo o American College of Sports Medicine (ACSM). “Aconselha-se também o uso de suplementos proteicos, como shakes e sopas proteicas, além de whey protein e creatina, que possuem estudos que comprovam seus benefícios no ganho de massa muscular”, orienta Viuniski.
2. Azia
O sintoma surge devido a alterações na produção de ácido clorídrico durante o processo digestivo. Nesse caso, sugere-se evitar alimentos gordurosos (alguns tipos de carnes e queijos), bem como vegetais com alto teor de fibras, como vegetais crucíferos (brócolis, couve-flor e repolho), de difícil digestão.
3. Náusea
Escolha pequenas porções de comida distribuídas ao longo do dia. Escolha alimentos com baixo teor de gordura e fibras, pois exigem mais trabalho digestivo do estômago. Outra recomendação é evitar consumir líquidos nas refeições.
4. Constipação
Depois da náusea, é o efeito digestivo mais comum. Nestes casos, é importante ingerir 25 a 30 g de fibra alimentar todos os dias. Para isso, não deixe de consumir diariamente 5 porções de frutas e verduras, divididas em refeições e lanches. Muitas vezes, um suplemento nutricional de fibra pode fazer toda a diferença e ajudar a complementar as necessidades diárias. Ressalta-se que a hidratação é essencial no consumo de fibras para o bom funcionamento intestinal.
5. Diarréia
Diante dos episódios, é importante que o paciente aumente a ingestão de líquidos pouco calóricos e, principalmente, sem açúcar, como água ou chás. Você também deve evitar alimentos que estimulem o sistema digestivo até que o efeito adverso seja normalizado, como:
• Café
• Bebidas alcoólicas
• Alimentos com alto teor de fibras
• Legumes cozidos e descascados
• Alimentos com adoçantes que terminam em “ol” (sorbitol, xilitol, maltitol, manitol)
6. Queda de cabelo e unhas fracas
Pacientes que utilizam canetas emagrecedoras ainda podem apresentar ingestão de vitaminas e minerais abaixo do mínimo recomendado, o que pode levar ao aumento da queda de cabelo e enfraquecimento das unhas. “Nesse caso, uma alimentação balanceada e o uso de suplementos que contenham biopeptídeos de colágeno com ferro, cobre, magnésio, enxofre, cálcio e biotina são bem-vindos”, finaliza Viuniski.
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