Segundo dados da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), estima-se que em 2022 o Brasil registre mais de 11 mil casos de câncer renal, sendo 7 mil em homens. A previsão do órgão é que, em 2045, o número de casos aumente para mais de 18 mil. É um fato que chama a atenção. A oncologista clínica do Hospital do Coração (Hcor) especializada em oncogeriatria, Lucíola Pontes, explica que o câncer renal pode ser silencioso inicialmente, mas há sinais de alerta que podem indicar a progressão da doença. “O principal sintoma é a presença de sangue na urina e dores lombares. Quando progride, quem tem a doença também pode sentir dores nos ossos e tosse persistente, por exemplo.”
No mês que marca a conscientização sobre o câncer renal, o especialista chama a atenção para a importância do diagnóstico precoce. “Existe um exame capaz de rastrear a doença, mas muitas vezes a identificação da doença é feita por meio de exames de rotina, como ultrassonografia ou tomografia abdominal, em que se observa o nódulo renal.”
Foi o caso de Roberto Nilo, 72 anos, que descobriu um câncer em cada rim através de um ultrassom de rotina. “Com a descoberta, fiz uma cirurgia para retirar os tumores para manter os rins”, conta Nilo. Porém, pouco depois apareceu um novo tumor e Nilo recebeu orientação médica para fazer um acompanhamento detalhado, que exigiu muitos exames. A rotina hospitalar era cansativa e, após seis anos, ele desistiu do acompanhamento.
Foi justamente nesse período que o aposentado começou a sentir fortes dores abdominais. Na época, ele foi diagnosticado incorretamente com pneumonia. “Depois de muita investigação, descobri uma trombose no pulmão desencadeada por um câncer de rim, que já havia se espalhado pelo meu corpo”, explica ele, que desde o ano passado faz imunoterapia em conjunto com um medicamento oral conhecido como terapia direcionada.
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Casos como o de Nilo, de câncer renal metastático, não têm cura, mas o tratamento pode controlar e aliviar os sintomas e proporcionar melhor qualidade de vida. “Hoje temos um cenário muito positivo no que diz respeito ao tratamento, com novas combinações de imunoterapia ou terapia direcionada, e cada vez mais as pessoas precisam saber disso”, reforça o oncologista clínico, que também aponta a relevância de cuidados adequados e muita atenção no faixa etária entre 60 e 70 anos. “Em alguns casos, não há necessidade de qualquer intervenção. Em outros, pode ser necessária cirurgia ou tratamento oncológico adicional. Neste último caso, é fundamental que o paciente faça acompanhamento nos centros de saúde e faça um acompanhamento rigoroso”, recomenda o especialista.
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