Servidores querem tirar de pauta projeto do Ipsemg

Servidores querem tirar de pauta projeto do Ipsemg



A Frente Mineira em Defesa do Serviço Público, que reúne 24 sindicatos e associações profissionais, enviou ofício aos deputados da Assembleia Legislativa pedindo a retirada da pauta do Projeto de Lei 2.238/2024, que aumenta em 81,7 as contribuições mínimas e máximas % pago pelos empregados ao Instituto de Previdência dos Servidores de Minas Gerais (Ipsemg).

A proposta também estabelece outros encargos para que os dependentes, inclusive as pessoas com deficiência, tenham direito aos serviços. Assinado por 24 sindicatos e associações comerciais que representam o setor público, o documento afirma que todos são “unânimes, total e completamente contrários” a vários pontos do PL elencados no documento.

Um deles é o mais importante para o governo, pois aumenta a receita do Ipsemg, que, segundo o estado, tem previsão de déficit de R$ 200 milhões só neste ano.

O PL do Ipsemg foi colocado em segundo plano pelo governo até que seja votada a recuperação salarial dos servidores. É uma estratégia para minimizar o desgaste governamental da categoria.

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Aumento do teto

O projeto aumenta o teto de contribuição dos atuais R$ 275,15 para R$ 500, além de excluir as contribuições dos cônjuges dos valores máximos pagos pelos empregados. “Desta vez, o beneficiário do Ipsemg passará a contribuir com valores acima do teto atual, pois, além do aumento do seu valor, a contribuição relativa ao cônjuge não entrará no cálculo do teto”, destaca o documento.

Ele também questiona a correção dos valores mínimos, que passarão de R$ 33,02 para R$ 60 e serão aplicados a menores de 21 anos ou que tenham alguma deficiência ou doença. Hoje eles estão isentos. O projeto também estabelece que será pago o salário mínimo para cada criança nessas condições.

“Ressalta-se que a norma do PL 2.238/24 estabelece o aumento imediato da contribuição de todos os beneficiários que tenham filhos menores de 21 anos ou filhos com deficiência, doença rara com deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave”, destaca o documento.

Outro ponto questionado no PL 2.238/24 é o que estabelece o pagamento de contribuição adicional de 1,2% para o titular e o cônjuge maiores de 59 anos. Com essa mudança, eles passarão a pagar uma contribuição mensal de 4,4% do salário.

“Vale ressaltar que o valor da contribuição para beneficiários maiores de 59 anos aumentará 37,5%”, diz a carta.

Arrecadação sobre 13º salário

A Frente questiona ainda a incidência da contribuição sobre o 13º salário e pagamentos retroativos, alegando que a prestação dos serviços de saúde é por 12 meses. “Essa contribuição é devida à contraprestação do serviço e não à remuneração, portanto, não deve afetar a parcela do abono de natal, uma vez que a assistência médica de saúde é prestada apenas por 12 meses, portanto, não há necessidade se falarmos de incidência na remuneração devida aos empregados além do período em que o serviço é prestado”, afirma a Frente.

Segundo o documento, também não deverá afetar valores relativos a direitos retroativos adquiridos pelo servidor e pagos posteriormente pela administração pública, como, por exemplo, aumentos retroativos à data-base. “Admitir a cobrança sobre valores retroativos seria o mesmo que admitir efetuar novamente o pagamento de um serviço já prestado e que só não incluía o aumento do valor do direito posteriormente pago ao servidor, por ilegalidade praticada pela própria administração pública .”

Venda de imoveis

A Frente também critica a venda de seis imóveis do Ipsemg. “Entre os imóveis listados acima, há um prédio tombado como patrimônio público de Belo Horizonte, que abriga a Casa dos Direitos Humanos e um casarão onde funciona o Centro de Arte Popular (CAP), no Circuito Cultural da Praça da Liberdade”.

Também são criticadas a redução de coberturas e procedimentos médicos e a retirada de competências do Conselho de Beneficiários, que, segundo o documento, passará a ser apenas um órgão consultivo.

O governo mineiro afirma que o PL visa melhorar a arrecadação para manter e ampliar a prestação de serviços.



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