Câmara aprova projeto que reduz exigências para posse de armas e facilita instalação de clubes de tiro – Notícias

Câmara aprova projeto que reduz exigências para posse de armas e facilita instalação de clubes de tiro – Notícias


28/05/2024 – 23:54

Mário Agra/Câmara dos Deputados

Ismael Alexandrino, autor do projeto

A Câmara dos Deputados aprovou a suspensão de trechos do decreto presidencial que regulamenta o porte e o recolhimento de armas e cassetetes de tiro. A proposta será enviada ao Senado.

De autoria do deputado Ismael Alexandrino (PSD-GO) e outros, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 206/24 foi aprovado em Plenário nesta terça-feira (28), na forma de um substituto da deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), que reduziu o alcance dos itens suspensos.

Ismael Alexandrino comemorou o acordo que permitiu a aprovação do projecto, destacando também a abertura do governo à negociação de alterações. “O PDL respeita a macropolítica do governo para o setor, mas afasta exigências excessivas, como o distanciamento dos estabelecimentos de ensino, que deixariam mais de 90% dos clubes fora da regra”, disse.

O texto exclui do decreto presidencial (Decreto 11.615/23) três definições:

  • arma de fogo histórica: declarada como tal pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e assinalada com brasão ou símbolo nacional ou estrangeiro; de origem colonial; usado em guerra, combate ou batalha; que pertenceu a uma personalidade ou fez parte de um acontecimento histórico; ou que possam ser considerados raros e únicos;
  • Arma de fogo de coleção: fabricada há 40 anos ou mais, cujo conjunto destaca a evolução tecnológica de suas características e modelo;
  • atirador esportivo: pessoa física cadastrada pelo Comando do Exército por meio do Certificado de Registro (CR), filiada a entidade e federação ou confederação de tiro esportivo que pratique habitualmente tiro como modalidade de esporte de rendimento ou esporte de treinamento, com emprego de arma de fogo ou ar comprimido .

Uso restrito
Quanto às armas de uso restrito, o PDL retira deste conceito as armas de gás comprimido ou de acção de mola, de calibre superior a 6 mm, que disparem projécteis de qualquer natureza.

Como o conceito mudou com a nova regulamentação, o decreto permite que qualquer pessoa que tenha adquirido uma arma classificada como tal antes de sua publicação continue com ela e adquira as munições correspondentes.

Contudo, a disposição agora suspensa pelo projeto proibia o uso de armas de fogo restritas para atividades diferentes das declaradas no momento da aquisição.

Coleções
A substituta de Laura Carneiro retira também do decreto a proibição de recolhimento de armas de fogo automáticas de qualquer calibre ou armas de fogo semiautomáticas longas de calibre restrito cujo primeiro lote de fabricação tenha menos de 70 anos.

Também estão excluídas da proibição as armas do mesmo tipo, marca, modelo e calibre em uso nas Forças Armadas.

As atividades de colecionismo não ficarão mais restritas às pessoas jurídicas qualificadas como museus.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Laura Carneiro, relatora da proposta

Distância das escolas
O projeto aprovado modifica parcialmente as restrições de localização dos clubes de tiro esportivo, retirando do decreto a necessidade de o local ficar a mais de 1 quilômetro de distância de estabelecimentos de ensino públicos ou privados.

Porém, ao excluir do decreto o prazo para adaptação dos clubes a esta regra (18 meses a partir da publicação da norma), o projeto exclui também o prazo para adaptação a outra restrição que permanece inalterada: o cumprimento das condições de uso e armazenamento de armas de fogo utilizadas no estabelecimento.

Certificado de atirador
Quanto aos requisitos para obtenção do certificado de atirador esportivo, o relator propôs a exclusão de artigo que obrigava o interessado a participar de competições de clubes de tiro em quantidade proporcional ao nível desejado ao longo de 12 meses, com igual período de permanência em cada nível para implorar por um maior.

“Tal exigência é socialmente inviável, principalmente para atiradores amadores que exercem outras ocupações. A exigência de participar de inúmeros eventos com inúmeras armas ao mesmo tempo vai contra os princípios da segurança pública e do fomento ao esporte”, afirmou o relator.

Conheça a tramitação dos projetos de decreto legislativo

Relatório – Eduardo Piovesan
Edição – Pierre Triboli



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