Relatório revela que Brasil teve 12 eventos climáticos extremos em 2023

Relatório revela que Brasil teve 12 eventos climáticos extremos em 2023


Um duplo golpe provocado pelo El Niño e pelas alterações climáticas atingirá a América Latina e as Caraíbas em 2023, segundo um relatório da Organização Meteorológica Mundial, OMM, divulgado esta quarta-feira.

No Brasil, foram registrados 12 eventos climáticos extremos, sendo nove considerados incomuns e dois inéditos. Cinco ondas de calor, três chuvas intensas, uma onda de frio, uma inundação, uma seca e um ciclone extratropical foram reportados à OMM.

Registre os riscos climáticos

A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, afirmou que “infelizmente, 2023 foi um ano de riscos climáticos recordes na América Latina e no Caribe”.

De acordo com a agência, o El Niño e as alterações climáticas induzidas pelo homem exacerbaram muitos eventos extremos, causando grandes impactos na saúde, na segurança alimentar e energética e no desenvolvimento económico.

Muitas ondas de calor intensas afetaram a região central da América do Sul entre o final de agosto e dezembro, causando temperaturas escaldantes em pleno inverno. Durante a segunda quinzena de agosto, as temperaturas em partes do Brasil ultrapassaram os 41°C. A onda de calor atingiu Rio de Janeiro e São Paulo, as cidades mais populosas do país.

Calor intenso e seca na Amazônia

A onda de calor que atingiu a Amazônia em julho de 2023 foi considerada sem precedentes e contribuiu para uma das piores secas já registradas. Segundo autoridades do Porto de Manaus, o nível do Rio Negro caiu para 12,70 m em 26 de outubro, o nível mais baixo já registrado desde o início das observações em 1902.

Outros rios importantes da Amazônia, incluindo Solimões, Purus, Acre e Branco, sofreram quedas extremas em algumas regiões e secaram completamente em outras.

O calor intenso também afetou a vida selvagem. No Lago Tefé, mais de 150 botos cor-de-rosa foram encontrados mortos no final de setembro, com a temperatura da água atingindo o recorde de 39,1°C.

Grandes incêndios florestais ocorreram em regiões afetadas pelo calor do Paraguai, Brasil e Bolívia. Na Amazônia, foram registrados 22.061 incêndios em outubro, o pior registro para o mês desde 2008, resultando em fumaça intensa impactando toda a população de Manaus, estimada em 2 milhões de pessoas.

Agência Brasil/Rovena Rosa

São Sebastião (SP), 22/02/2023, Casas destruídas em deslizamentos de terra na Barra do Sahy após tempestades no litoral norte de São Paulo

Ciclone extratropical e chuvas torrenciais

O segundo evento inédito registrado no Brasil em 2023 foi um ciclone extratropical no Rio Grande do Sul, que gerou fortes chuvas, fortes rajadas de vento e causou severos impactos em muitas cidades.

Segundo a Defesa Civil, foram registradas 46 mortes, 46 desaparecidos e 340 mil pessoas afetadas. À medida que os rios inundavam, casas e pessoas eram arrastadas pela correnteza. As cidades mais afetadas estão na região do Vale do Taquari, como Muçum e Roca Sales. Um total de 92 municípios declararam estado de calamidade pública.

O relatório menciona ainda que pelo menos 65 pessoas perderam a vida após chuvas torrenciais que provocaram inundações e deslizamentos de terra na cidade de São Sebastião, no litoral do estado de São Paulo. De 18 a 19 de fevereiro, caíram 683 mm de chuva em 15 horas na cidade.

No estado do Acre, na Amazônia brasileira, fortes chuvas e o transbordamento do rio Acre inundaram vastas áreas da capital Rio Branco no dia 23 de março. A cidade registrou 124,4 mm de chuva em 24 horas.

Impactos econômicos

No Brasil, tanto a chuva excessiva como a seca, ligadas ao El Niño, atrasaram o plantio de soja. Além disso, mais de mil cabeças de gado morreram em uma onda de frio no Mato Grosso do Sul, causando um prejuízo estimado em R$ 3 milhões.

O relatório da OMM sobre a situação do clima na América Latina e no Caribe em 2023 confirmou que aquele foi o ano mais quente já registrado. O nível do mar continuou a subir a um ritmo superior à média global em torno da parte atlântica da região, ameaçando as zonas costeiras e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento.

A região da América Latina e do Caribe é cercada pelos oceanos Pacífico e Atlântico e o clima da região é, em grande medida, influenciado pelas temperaturas predominantes da superfície do mar e pelas interferências na interação entre a atmosfera e o oceano, como o El Niño.



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