A preservação, restauração e valorização das florestas estão no centro dos debates realizados esta semana no Fórum Florestal das Nações Unidas, em Nova York.
A ONU alerta que estes ecossistemas, que cobrem cerca de um terço do território do planeta, estão sob constante ameaça e defende políticas nacionais e internacionais para os manter de pé. Durante o evento, o Brasil reforçou a proposta “Florestas Tropicais para Sempre”, que havia sido apresentada na 28ª Cúpula do Clima, COP28.
Apoio crescente
O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Garo Batmanian, falou ao UN News sobre o apoio que a iniciativa recebeu de outros países desde então.
“Estamos trabalhando com alguns países no momento. Já temos Gana, Malásia, República Democrática do Congo, Indonésia, Colômbia, Estados Unidos, França, Nuru, Mega, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos são países. Apareceu recentemente nos comunicados da visita do Primeiro Ministro do Japão, respaldando isso no comunicado conjunto com o Presidente Lula na visita do Presidente Lula à Colômbia, apareceu no comunicado conjunto a todos os presidentes na visita do Presidente Macron ao Brasil”.
O objetivo da iniciativa é criar um fundo financeiro “previsível e de longo prazo” para remunerar os países que “fizeram o trabalho de casa” na redução da desflorestação, para que possam continuar a investir na manutenção das florestas.
Lançamento planejado na COP30
Segundo Batmanian, todos os países em desenvolvimento que possuem florestas tropicais e que conseguiram reduzir o desmatamento seriam elegíveis para receber um pagamento fixo por hectare de floresta em pé.
Ele afirma que isso seria uma melhoria em relação ao cenário atual, onde as nações dependem de doações específicas, cujo foco principal é responder a emergências e não iniciativas de manejo florestal ou promoção da bioeconomia. O representante do Brasil afirmou que o plano é lançar o fundo na COP30.
“Durante esta semana tivemos eventos e conversas e continuamos a ser muito bem recebidos. Então temos uma boa expectativa de que conseguiremos desenhar esse fundo e conseguir lançá-lo na COP 30. O fundo vai abrir a porta, por assim dizer, para operacionalizar estando operacional na COP 30 em Belém”.
Combate ao desmatamento no Brasil
O diretor do Serviço Florestal Brasileiro também comentou os dados mais recentes sobre o combate ao desmatamento em nível nacional.
“Só no ano passado reduzimos em 50% o desmatamento na Amazônia. Em relação a 2022, 50%. Isso aconteceu basicamente porque mais uma vez aumentamos nossas ações contra a ilegalidade. Mineração ilegal, extração ilegal de madeira. Então, agindo contra a ilegalidade, você já reduz o desmatamento.”
Segundo ele, as ações para manter a floresta em pé não podem se limitar ao combate às atividades ilegais e devem incluir também investimentos em atividades produtivas sustentáveis.
“O Brasil tem uma grande biodiversidade. Podemos promover ainda mais o uso da bioeconomia, tanto de espécies que já conhecemos, como o açaí, o cacau, a borracha, o guaraná, o cupuaçu, quanto novas espécies que podem ser utilizadas na medicina, na cosmética, na alimentação”.
Garo Batmanian destacou que iniciativas que valorizam a floresta geram emprego e renda para quem mora na região, contribuindo para a economia. Ele afirmou que é preciso acabar com a ideia de que a floresta “não tem valor”.
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