Apesar destes desafios, a ONU continua pronta a apoiar ambas as partes, em estreita cooperação com a União Africana, assim que retomarem as negociações políticas, disse Jean-Pierre Lacroix, informando os embaixadores na Conselho de Segurança.
Tensões intercomunitárias
A situação no Sudão também exacerbou as tensões intercomunitárias em Abyei, evidenciadas pelos recentes confrontos sobre o roubo de gado que resultaram em múltiplas mortes entre as comunidades Misseriya e Nuer.
“No final de semana, UNISFA realizou uma reunião com representantes de Misseriya, Nuer e Ngok Dinka para estender o apoio a uma resolução pacífica do conflito. Com as tensões elevadas, o apoio político ao diálogo entre os Nuer e outras comunidades em Abyei é fundamental”, acrescentou Lacroix.
Desafios humanitários
Ele disse que as condições humanitárias em Abyei estão a deteriorar-se e a região enfrenta escassez de serviços e bens essenciais. Esta crise é agravada por um afluxo de pessoas que fogem dos conflitos no Sudão.
Apesar do clima de segurança volátil que continua a afectar as suas operações, as agências da ONU e os seus parceiros estão empenhados em fornecer a assistência necessária.
“Quatro funcionários humanitários fora de serviço foram mortos durante a escalada dos confrontos no final de Janeiro e início de Fevereiro, e estima-se que cerca de 20 mil pessoas em Abyei tenham sido deslocadas durante este período”, acrescentou.
No mesmo período também assistimos à morte de dois soldados da paz da ONU em acções hostis.
“Condenamos veementemente os ataques que levaram à sua morte e expressamos as nossas mais sinceras condolências às famílias daqueles que perderam as suas vidas”, disse Lacroix, apelando às autoridades para que investiguem e responsabilizem os perpetradores.
As consequências da crise no Sudão
Hanna Tetteh, Enviada Especial do Secretário-Geral para o Corno de África, também informou o Conselho de Segurança, fazendo eco das preocupações do Sr. Lacroix sobre as consequências políticas, económicas e humanitárias da crise no Sudão, que afecta particularmente o Sudão do Sul.
“O afluxo de mais de 630 mil refugiados e repatriados do Sudão aumento da pressão sobre o acesso limitado da população a alimentos, água e serviços básicos de saúde devido a anos de conflitos armados, violência intercomunitária e choques ambientais”, disse ela.
Problemas económicos no Sudão do Sul
Devido ao conflito em curso, a produção e as exportações de petróleo do Sudão do Sul, que dependem do trânsito através do Sudão, foram suspensas desde o início de Fevereiro, na sequência de incidentes envolvendo a milícia sudanesa Força de Apoio Rápido (RSF) no estado do Nilo Branco.
A Sra. Tetteh disse aos embaixadores que a retoma das exportações de petróleo do Sudão do Sul continua improvável dentro de dois meses, apesar do anúncio das autoridades sudanesas.
“A grave interrupção do fornecimento de petróleo, a inundação dos campos petrolíferos e a situação incerta de segurança no Mar Vermelho exacerbou uma situação económica já terrível no Sudão do Sul,” ela disse.
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