O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, sublinhou que o assassinato de trabalhadores humanitários no Sudão é “injusto”.
As declarações surgiram no meio de relatos de que dois motoristas do Comité Internacional da Cruz Vermelha foram mortos por homens armados no Sul de Darfur, no Sudão, e três outros funcionários ficaram feridos.
Estima-se que 24 milhões de menores foram expostos a confrontos no Sudão
Sofrimento das famílias deslocadas
De acordo com o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários, todos os dias que o conflito no Sudão continua, as necessidades humanitárias aumentam.
Pela primeira vez desde o início do conflito, há um ano, uma equipa da Agência das Nações Unidas para os Refugiados, ACNUR, chegou a Omdurman, Cartum, numa missão de dois dias.
A agência relatou uma destruição massiva na cidade e reuniu-se com famílias deslocadas que relataram as suas lutas para obter alimentos suficientes num contexto de rápido aumento dos preços. Segundo o ACNUR, os deslocados não têm abrigo adequado, medicamentos suficientes ou acesso à educação.
O Enviado Especial do Secretário-Geral para o Sudão, Ramtane Lamamra, continua em contacto com as partes em conflito, apelando-lhes para que reduzam as tensões.
Aisha, de um ano de idade, que sofre de desnutrição aguda grave, está sendo observada e tratada durante um exame em massa da circunferência do braço (MUAC) para crianças menores de cinco anos no estado do Rio Nilo, no Sudão.
Ameaça em El Fasher
Ele apelou às Forças de Apoio Rápido e às autoridades sudanesas para que se abstivessem de combater em El Fasher e sublinhou que um ataque à cidade teria “consequências devastadoras” para a população civil.
Desde Abril, o enviado especial viajou para o Chade, a Etiópia e a Eritreia para debater com a União Africana e os líderes regionais sobre o caminho a seguir.
Além do estado de Cartum, a escalada da violência na cidade de El Fasher, em Darfur, está a agravar a já perigosa situação na protecção dos civis. De acordo com os dados disponíveis, dezenas de aldeias foram alvo de ataques. Alguns deles foram completamente devastados, com pessoas inocentes mortas e propriedades públicas e colheitas destruídas.
A violência indiscriminada, incluindo a violência sexual, bem como os casos de crianças separadas e desaparecidas, continuam a aumentar.
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