O percentual de biodiesel misturado ao óleo diesel passou de 12% para 14% neste mês. A decisão de antecipar o cronograma de aumento da mistura foi tomada em dezembro de 2023, pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE): inicialmente, a previsão era utilizar o biodiesel tipo B14 apenas em 2025. E, apesar dos possíveis ganhos ambientais, isso A notícia é ruim para os proprietários de veículos que utilizam esse combustível, como caminhões, ônibus, jipes e picapes.
Isso porque, a partir de 2019, o Brasil já havia começado a adotar teores maiores de biodiesel no óleo diesel convencional: chegou a 13% em 2021, mas, nesse mesmo ano, o governo decidiu fixar novamente a alíquota máxima de apenas 10% . . A razão é que surgiram vários relatos de avarias em veículos movidos a este combustível. Em alguns casos, ônibus e caminhões param por conta própria quando estão totalmente operacionais nas rodovias. Boris Feldman já explicou esse assunto em vídeo: assista!
A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) já manifestou, em nota, grande preocupação com o novo aumento do percentual de biodiesel à base de éster em relação ao diesel. A entidade destaca que esse aumento terá consequências na operação dos veículos. Consequentemente, poderão ocorrer impactos económicos, ambientais e de segurança em toda a cadeia de transporte e logística do país.
A CNT também citou estudo da Universidade de Brasília (UnB), que mostra que um aumento no percentual de biodiesel de 7% aumenta as emissões de CO2 e reduz a potência dos motores. Isto, consequentemente, provoca um aumento no consumo de diesel e impacta na necessidade de maiores importações deste combustível, comprometendo a segurança energética nacional.
Qual é a solução?
Segundo a CNT, o ideal é adotar uma mistura de apenas 7% de biodiesel, como ocorre na Europa. A entidade admite a possibilidade de aumentar esse percentual, mas, neste caso, utilizando outro tipo de biocombustível: o HVO (sigla em inglês para óleo vegetal hidratado), mais conhecido como diesel verde), que é mais avançado e não causa problemas mecânicos , em vez de usar biodiesel à base de éster.
A diferença é que, enquanto o biodiesel é uma mistura de ésteres de ácidos graxos, obtidos a partir de óleos vegetais e gorduras animais, o HVO é composto majoritariamente por hidrocarbonetos parafínicos. O resultado é que o diesel verde é de maior qualidade, pois é quimicamente semelhante ao diesel similar e, portanto, pode até ser utilizado na sua forma pura, conhecida como R100.
Governo defende biodiesel
Em 2023, o Ministério da Agricultura e Pecuária afirmou que o aumento do teor de biodiesel deverá evitar a emissão de cinco milhões de toneladas de CO² na atmosfera e reduzir a importação de combustíveis fósseis. O ministério também projeta que os gastos com importação de combustíveis fósseis poderão ser reduzidos em R$ 7,2 bilhões e as usinas instaladas deverão recuperar a capacidade ociosa de produção.
Além da descarbonização, o modelo traz benefícios para a segurança energética brasileira, pois economiza a importação de 2 bilhões de litros de diesel, aponta o Ministério de Minas e Energia (MME). O Ministério de Minas e Energia estima que, para garantir o aumento do biodiesel, a demanda por matéria-prima deve aumentar, especialmente pela soja, em torno de 6 milhões de toneladas de grãos até 2025, quando será adotado o B15.
Com Agência Brasil
globo.com rio de janeiro
o globo noticia
globo com rio de janeiro
globo.com g1
jornal globo
jornais globo