Gaza: Sobe para 360 mil o número de pessoas que deixaram Rafah após intensificação do conflito

Gaza: Sobe para 360 mil o número de pessoas que deixaram Rafah após intensificação do conflito



A Agência de Assistência e Obras da ONU para Refugiados Palestinos, Unrwa, estima que cerca de 360 ​​mil pessoas fugiram de Rafah, uma cidade ao sul da Faixa de Gaza, na última semana com a intensificação dos bombardeios israelenses na região.

Segundo relatos, além de interromper as entregas de ajuda humanitária, a violência resultou na morte de outro funcionário da ONU. A Unrwa alertou também que a restrição ao acesso humanitário piora a situação dos habitantes de Gaza que sofrem com os combates e a insegurança alimentar.

Ofensiva militar israelense em Rafah

Há uma semana, Israel avançou a sua ofensiva militar em Rafah, assumindo o controlo do lado de Gaza da passagem fronteiriça de Rafah e Kerem Shalom. Para continuar com a resposta humanitária na região, a Unrwa destaca que é necessária uma passagem segura para a ajuda humanitária e os trabalhadores.

Além da violência no sul do enclave, ainda há relatos de confrontos e bombardeios no campo de refugiados de Jabalia, na zona norte. Nas suas redes sociais, a agência destacou que os bombardeamentos e outras ordens de evacuação criaram mais deslocamentos e medo para milhares de famílias.

A Unrwa avalia que não existem abrigos seguros dentro do enclave, destacando que a única garantia de segurança para os civis seria com a implementação de um cessar-fogo.

Financiamento

A ONU destacou novamente o seu apelo de 2,8 mil milhões de dólares para apoiar mais de 3 milhões de pessoas em Gaza e na Cisjordânia durante os próximos oito meses.

A secretária-geral adjunta para os Assuntos Humanitários e vice-coordenadora da Assistência de Emergência, Joyce Msuya, reforçou que “durante meses, mulheres e crianças foram mortas a uma taxa que excede a de qualquer guerra deste século”.

Ela acrescenta que aqueles que sobreviveram estão em risco devido à falta de alimentos, água potável, medicamentos e cuidados médicos. Falando do Kuwait, Msuya descreveu como todos os dias “dezenas de mulheres dão à luz em condições horríveis, muitas vezes sem anestesia ou assistência médica, enquanto bombas explodem ao seu redor”.

Após mais de sete meses de guerra, pelo menos 35 mil pessoas foram mortas, segundo as autoridades de saúde de Gaza. Outros 70 mil estão feridos ou desaparecidos e muitos mais estão presos sob os escombros.

Ajuda para a Palestina

Para o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários, Ocha, é urgentemente necessário um financiamento contínuo para ajudar aqueles que dependem da ajuda humanitária para sobreviver. Ocha destaca que mesmo sem um cessar-fogo, muito pode ser feito, dadas as condições adequadas.

Joyce Msuya observou que o escritório continua em negociações diárias de acesso com as partes em conflito.

Esta segunda-feira, Ocha relatou novas demolições de edifícios palestinos no campo de Al’Arrub, na província de Hebron, na Cisjordânia. Os dados mais recentes indicam que 435 estruturas foram danificadas ou destruídas em toda a Cisjordânia este ano, deslocando 824 pessoas.



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