Imagine. Acordar em uma manhã ensolarada de sábado em um apartamento recém reformado no centro de Belo Horizonte, resultado de um sucesso revitalização de edifícios abandonados e transformados em habitação no coração da cidade. Poucos minutos, e um farto café da manhã depois, pegue um ônibus e chegue rapidamente à Pampulha por uma rota exclusiva de transporte público. Uma vez diante do renovado espelho d’água, a tarefa torna-se mais difícil, pois é necessário escolher entre uma grande variedade de esportes náuticos para praticar na lagoa. O vento agita as folhas das centenas de árvores que margeiam a água e você percebe que a melhor opção é navegar.
Depois de horas num veleiro, um mergulho rápido na Lagoa da Pampulha para se refrescar para as próximas atrações do dia. De bicicleta você atravessa as centenas de quilômetros de ciclovias da cidade, atravessa o bairro da Lagoinha pelos antigos viadutos e para na Avenida Afonso Pena. No coração da capital, Embarque em um VLT até a Praça da Bandeira e, a partir daí, caminhar por um caminho agradável e arborizado em direção à Praça do Papa. As horas se passaram, mas você nem percebeu. No antigo Parque das Mangabeiras, ele se senta em um banco localizado em frente a uma bela instalação artística de “Uainhotim”, o “Inhotim mineiro”, de frente para o lindo horizonte ao entardecer, enquanto, atrás dele, as luzes começam a acender acima. refletores que iluminam gigantesco letreiro de Hollywood onde você pode ler o nome da capital dos mineiros.
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O cenário até agora descrito soa distante da nossa realidade, mas foi construído a partir de algumas das propostas mais ousadas dos candidatos que concorrem à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) nas eleições de 2024. Os projetos de quem quer ocupar o Executivo municipal serão alvo de escrutínio eleitoral durante o próximo mês até a hora de irem às urnas no dia 6 de outubro. Embora algumas ideias pareçam absurdas, elas dão indícios das prioridades de quem vem a Belo Horizonte com a intenção de governar a cidade até 2028.
“Retrofit”, por exemplo, é uma palavra que já entrou no vocabulário de quem está atento à corrida pelo PBH. De diferentes formas, todos os 10 candidatos demonstram preocupação com a subutilização de imóveis no centro da capital. Diante disso, a ideia de usar recursos públicos para reformar prédios e criar novas opções habitacionais aparece em discursos em pautas de campanha, debates na TV e planos de governo registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Outro problema comum é a necessidade de despoluição da Lagoa da Pampulha. Nos planos de governo ou nos atos de campanha, de forma menos ou mais específica, os candidatos falam em limpar o cartão-postal da capital. A essa altura, a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) já declarou que renunciará ao cargo caso não melhore a qualidade da água nos dois primeiros anos de mandato. Seu colega na Câmara, Rogério Correia (PT-MG) é ainda mais ousado e já prometeu a despoluição completa da superfície da água até 2028.
Ainda na questão do ambiente, Correia também prometeu atingir, dentro de oito anos, a meta de plantar mais de 2 milhões de árvores na cidade. O “Programa de Reflorestamento de BH”, incluído em seu plano de governo, prevê que BH ganhe um novo exemplar para cada habitante.
Foco na mobilidade
Mobilidade urbana foi destacada por belo-horizontinos como o pior problema da cidade em pesquisa realizada pelo Instituto Opus, encomendada pelo Estado de Minas. O tema é fortemente atacado pelos candidatos de diversas formas. Bruno Engler (PL), por exemplo, destaca sempre que possível que o trânsito da cidade é gerido por mecanismos obsoletos. Quer instalar um novo software que permita, entre outras medidas, a sincronização online dos semáforos para se adaptarem ao fluxo de veículos em tempo real. O deputado estadual chama BH de “capital municipal da luz vermelha”.
A integração entre os meios de transporte é o foco central do senador Carlos Viana (Podemos), que trata especialmente do metrô e dos ônibus. O presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (MDB), inclui a bicicleta na equação e promete a instalação de ciclovias de acordo com a oferta do transporte público na cidade.
Gabriel também é dono de uma das propostas mais ousadas em mobilidade urbana. O vereador, se eleito, quer demolir o conjunto de viadutos do Bairro Lagoinha e renovar o modelo de trânsito da região, por meio de intervenções como túneis subterrâneos. A inspiração? Sistemas de tráfego como o chamado Big Dig, em Boston, Massachusetts, na costa leste dos Estados Unidos.
Inovação no turismo
Ações para o turismo também povoam a imaginação dos candidatos e, por vezes, de forma criativa. No primeiro debate entre os candidatos, produzido pelo Grupo Bandeirantes, Carlos Viana manifestou o desejo de transformar o Mercado Novo, no centro da capital, num centro de “gastronomia LGBTQIA+”. Incentivado a comentar o mesmo tema, Mauro Tramonte (Republicanos) evitou completamente a pauta e listou propostas para a saúde bucal infantil.
Viana também chamou a atenção ao pensar em novos atrativos turísticos para a cidade. Com foco na Serra do Curral, o senador sugeriu a construção de uma placa gigante na montanha com a inscrição “Belo Horizonte”, nos moldes daquela construída em Los Angeles, na Califórnia, que exibe “Hollywood” para moradores e visitantes – o cidade do entretenimento. Também no sopé da serra, o candidato propõe a construção de um museu de arte no Parque das Mangabeiras, tendo como inspiração Inhotim, localizado em Brumadinho, na Região Metropolitana de BH.
Duda Salabert é dona de diversas propostas para valorizar a cultura local, buscando reforçar os atrativos turísticos. Com uma agenda inicial com foco especial na gastronomia de Belo Horizonte, o deputado tem projetos ambiciosos para a prefeitura, caso seja eleito. O parlamentar quer uma cidade que atraia gente do mundo todo para experimentar as delícias da capital: filas de estrangeiros para comer um doce na Galeria do Ouvidor, a torta de jiló no Mercado Central, o espaguete no restaurante Bolão, em Santa Tereza, e assim por diante . ir.
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