Valdecy Urquiza é o primeiro brasileiro a comandar a Interpol

O brasileiro Valdecy Urquiza, 43 anos, delegar da Polícia Federal, foi confirmado na manhã desta terça-feira (5) como o novo secretário-geral da Polícia Internacional (Interpol). Ele é o primeiro nacional a alcançar o cargo mais alto na maior força policial do mundo.

Seu nome foi confirmado na 92ª Assembleia Geral da Interpol, que acontece em Glasgow, no Reino Unido. Em junho deste ano, Urquiza havia sido indicado pelo comitê executivo da entidade.

No total, seu nome foi aprovado por 145 países. Dos 193 que fazem parte da Interpol, 153 votaram na assembleia geral. Ele foi votado contra por seis países, dois dos quais se abstiveram. Ao longo dos seus 101 anos de existência, a Interpol teve oito secretários-gerais.

O brasileiro é o primeiro cidadão de um país em desenvolvimento a ocupar o cargo e substitui o alemão Jürgen Stock, que estava no cargo há dez anos. Urquiza toma posse no final de semana, ao final da assembleia geral. O mandato é de cinco anos, podendo ser prorrogado por mais cinco anos.

Com a decisão, o delegado se deslocará para a cidade de Lyon, na França, onde fica a sede da corporação. Em discurso após o resultado, o brasileiro afirmou que um grande desafio são os avanços tecnológicos, como a ampliação do uso da inteligência artificial.

Primeiro, no mundo de hoje, a tecnologia não é um luxo – é uma necessidade. Para acompanhar as ameaças que enfrentamos, a Iterpol deve ser proativa, integrando novas tecnologias que promovam a nossa missão. Inteligência artificial, big data, análise preditiva — essas ferramentas não são apenas palavras da moda; são essenciais para tornar o nosso trabalho mais eficaz. Precisamos de fornecer às forças policiais de todo o mundo os recursos, estruturas e apoio para gerir e analisar dados, partilhar informações rapidamente e estar à frente das tendências criminosas”, afirmou.

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Urquiza destacou que pretende reforçar que a entidade é uma polícia neutra, mas que deve dar espaço a todas as vozes e à diversidade humana. “Para ser eficaz, a aplicação da lei precisa de ser inclusiva. A Interpol tem a obrigação de representar todas as vozes, de todos os cantos do mundo. Devemos promover a diversidade, capacitar as vozes sub-representadas e trazer todos os países membros à mesa”, acrescentou.