A vereadora Marcela Trópia (Novo) defende um sistema de transporte público mais eficiente e moderno em Belo Horizonte, com foco na melhoria da experiência do usuário e na redução da dependência de subsídios públicos. Em entrevista com Estado de Minas e Portal Uaio parlamentar destacou os desafios que a cidade enfrenta no setor – como a falta de ônibus e a redução de horários – e sugeriu soluções para garantir a eficiência do transporte público.
Marcela Trópia foi reeleita para um segundo mandato com 17.878 votos — sete mil a mais que nas eleições de 2020 —, tendo a quinta maior votação para o mandato seguinte. O parlamentar foi o terceiro entrevistado da série de audiências no Estado de Minas e Portal Uai com os vereadores eleitos em Belo Horizonte.
O próximo prefeito de Belo Horizonte será responsável pela renovação do contrato com as empresas de ônibus que operam na capital mineira. Em entrevista com Estado de Minaso vereador destacou a importância da fiscalização rigorosa dos contratos de transporte público, independentemente de quem assume a gestão municipal. O Trópia destacou ainda que possui um e-book com 10 propostas para melhorar o transporte público da cidade e detalhou algumas dessas sugestões no relatório.
O vereador afirmou que a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) já aprovou diversas leis para melhorar a mobilidade, como corredores exclusivos para ônibus e bilhetagem eletrônica, e que as medidas precisam ser implementadas.
Propostas de mobilidade
Marcela destacou a necessidade de realizar pesquisas de origem-destino, para entender os movimentos diários dos belo-horizontinos. Com base nos dados coletados, seria possível avaliar onde há escassez de linhas de ônibus e onde há excesso, permitindo ajustes mais eficientes no sistema.
“As companhias telefónicas conseguem fornecer as nossas viagens diárias padrão para que possamos estimar melhor onde faltam autocarros e onde há excedentes, e esta é a primeira coisa que tem de ser feita, porque não se pode fazer política pública sem diagnóstico. Se eu não sei como é a real situação dos moradores de Belo Horizonte, como vou estimar as linhas de ônibus?”, questionou.
A parlamentar também criticou o que considera falhas no atual modelo de contratação de transporte público, principalmente em relação à corrupção. O vereador propõe a divisão do contrato, com licitações separadas para as empresas responsáveis pela bilheteria, ônibus e garagens.
“Hoje, as empresas que cuidam da garagem, dos ônibus e da bilheteria têm seus parceiros trocados entre si. Tem que ser separado, para mim. Tem que haver três licitações separadas: quem cuida da bilheteria é uma , quem cuida dos ônibus é outro, e outra pessoa cuida da garagem. Esse é um projeto que a própria Câmara votou”, afirmou.
Outro ponto levantado pelo parlamentar é a dependência do sistema de transporte público de subsídios. Para reduzir essa dependência, ela sugere alternativas para aumentar a receita.
“Por exemplo, estacionamentos próximos às estações para que as pessoas possam chegar de carro e depois pegar o transporte público, principalmente quem mora em cidades da Região Metropolitana. Você pode ter estações que podem ser utilizadas para supermercados, aluguéis que podem ser utilizados para tarifas, publicidade em ônibus, locais que podem ser utilizados para shows, atrações, exposições. Isto tudo torna rentável o sistema de transportes, algo que o mundo inteiro faz e nós não podemos fazer”, exemplificou.
“Você tem ideias para ir mais longe, certo? Como, por exemplo, o naming rights de estações, que está sendo feito no metrô, e que pode ser feito em estações municipais. Existe também a ideia de tarifas modulares. Dependendo da hora do dia você paga mais ou menos, porque às vezes, em dia de turismo, as pessoas têm mais dinheiro para gastar do que em horário comercial. Se a distância for muito longa, um preço deverá ser pago, mas a distância curta poderá ter um preço diferente. Washington tem essas tarifas modulares e é muito interessante”, acrescentou.
Retomada de horários
Para o EMMarcela destacou ainda que, principalmente após a pandemia, o horário de funcionamento dos ônibus foi reduzido, o que impactou negativamente o comércio e os cidadãos.
“Você sabe quanto o Chopp da Fábrica gasta por mês de Uber para os funcionários? R$ 15 mil, porque não tem mais ônibus. a favor, acho que tem que continuar em vigor, mas tem que ter transporte público E, desde a pandemia, os ônibus foram reduzidos e não voltaram ao horário padrão Então, isso tem que estar no contrato e tem que. ser cumprida”, ressaltou.
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A vereadora também defendeu a revitalização do transporte complementar, que está sendo progressivamente descontinuado, segundo ela. “Tem viagens que não exigem ônibus com quase 50 lugares. Você pode ter transporte complementar para atender cidades e favelas, para atender viagens que têm menos demanda, menos gente naquele horário. mas é por isso que a pesquisa origem-destino é fundamental”, afirmou.
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