Tribunal alerta para “histórico duvidosoR…

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu aprovação nesta quarta-feira, 21, ao historiador e sindicalista João Fukunaga assumir o comando de Prevero fundo de pensões dos funcionários do Banco do Brasilmas não passou despercebido aos ministros que a entidade, responsável pela gestão de mais de 200 bilhões de reais, tem em seu currículo acusações de irregularidades e suspeitas de corrupção.

Ministros foram alertados sobre suposta ascendência do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto sobre Fukunaga e, no plenário que aprovou a permanência do líder no cargo, o ministro Walton Alencar Rodrigues manifestou preocupação recorrente nos corredores do tribunal.

“É bom ficar de olho em uma entidade que, assim como suas congêneres, no passado teve um histórico um tanto duvidoso”, disse o ministro, que afirmou ter recebido nos últimos dias informações de que despesas na entidade podem estar sob suspeita . “A má gestão de uma entidade com as obrigações desempenhadas pela Previ diante de centenas de milhares de pessoas geraria o caos econômico dentro do país, provavelmente com a necessária intervenção do próprio Banco do Brasil, colocando a saúde financeira da entidade em risco”, concluiu em declaração no plenário.

Rodrigues tem no retrovisor o recente episódio envolvendo os Correios, que assinaram um acordo de ajustamento de conduta no qual se comprometeram a repassar 7,6 bilhões de reais ao seu fundo de pensão, o Postalis, para investimentos que geraram perdas bilionárias aos seus beneficiários durante o governo Dilma Rousseff.

Desde o ano passado, João Fukunaga foi afastado duas vezes da liderança da Previ pelo juiz Marcelo Gentil Monteiro, substituto da 1ª Vara do Distrito Federal, que considerou que o sindicalista não teria qualificação para o cargo. As liminares foram derrubadas.

A escolha do novo presidente repete a nomeação de Sergio Rosa no primeiro mandato de Lula para comandar o maior fundo de pensão da América Latina. Permaneceu na Previ entre 2003 e 2010, época em que a entidade foi acusada por um ex-diretor de ter se transformado em uma “fábrica de dossiês” contra adversários dos governos petistas. O então presidente negou irregularidades.

A Previ também foi engolida pela Operação Greenfield, que investigou um esquema de fraude e superfaturamento nos maiores fundos de pensão do país.