O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) arquivou a denúncia criminal apresentada pelo prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), em setembro do ano passado, contra o vereador Gabriel Azevedo (MDB): vale lembrar que os dois são concorrentes no eleições municipais. De acordo com a sentença proferida pelo juiz Wanderley Paiva, o parlamentar não cometeu o crime de abuso de poder, como alega o chefe do Poder Executivo da capital mineira.
Na decisão, Wanderley Paiva justifica que, “se não houver elementos nos autos da investigação criminal que justifiquem, a exclusivo critério do Procurador-Geral de Justiça, em seu entender (evento/despacho nº 23), a instauração de ação penal ação, não pode o Tribunal, dada a declarada falta de formação do opinião criminalrecusar o pedido de arquivamento formulado pela ilustre Procuradoria-Geral da República”.
O juiz também citou, em sua decisão, caso semelhante analisado pelo Supremo Tribunal Federal, que, por sua vez, também optou pelo arquivamento. Contactado pela reportagem, o assessor de campanha de Fuad Noman disse que não comentaria o caso.
Entenda o caso
Fuad Noman entrou com uma ação judicial em setembro do ano passado, alegando que Gabriel Azevedo cometeu abuso de poder ao instalar a CPI dos Ônibus de Má Qualidade. A defesa do prefeito, então, argumentou que as supostas irregularidades que seriam investigadas pela Câmara Municipal já haviam sido alvo da CPI da BHTrans, instalada em 2021.
Além disso, os advogados do prefeito de Belo Horizonte também destacaram que Gabriel Azevedo havia ordenado a abertura de sucessivas CPIs contra Fuad Noman, de forma abusiva, na tentativa de responsabilizá-lo por supostas irregularidades.
Porém, o juiz afirmou que o último relatório da CPI apontou um fato novo: uma empresa começou a operar irregularmente em janeiro de 2023, sem consentimento da BHTrans. Assim, o Ministério Público concluiu que factos novos não impedem novas investigações. Além disso, entendeu que Gabriel Azevedo não é o único responsável pela constituição da comissão, pois esse procedimento depende das assinaturas de 1/3 dos parlamentares da Câmara Municipal.
Fuad também acusou o promotor Glaydson Massaria, do Ministério de Contas Públicas, de ter feito um pedido de impeachment a Gabriel Azevedo. Segundo a defesa do prefeito, esse seria um procedimento “inusitado” por parte do Ministério Público. O Ministério Público, no entanto, reconheceu que não houve pedido expresso de instauração de processo para destituição efetiva do líder municipal do cargo.
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