Testemunha no processo contra Brazão afirma que morte de Marielle foi para “aterrorizar” a oposição – Notícias

Testemunha no processo contra Brazão afirma que morte de Marielle foi para “aterrorizar” a oposição – Notícias


09/07/2024 – 18:46

Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Conselho de Ética: Brazão será ouvido na próxima semana

O deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ) afirmou nesta terça-feira (9) que o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em 2018, teve como objetivo amedrontar quem ousasse enfrentar os interesses das milícias do Rio de Janeiro (RJ) nas decisões políticas.

Vereador no Rio na época dos crimes, Motta foi ouvido pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados como testemunha no processo que pode levar à cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos autores dos assassinatos. Na data dos crimes, Brazão também era vereador na capital Fluminense.

Motta lembrou que o episódio que deu origem à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias, na Assembleia Legislativa do RJ, encerrada em 2008, foi exatamente a morte queimada de dois jornalistas. A CPI foi presidida pelo então deputado estadual Marcelo Freixo, que teve Marielle como assessora.

“É desse tipo de terror que estamos falando em relação ao assassinato de Marielle Franco. Foi para causar terror naqueles que ousaram confrontar o poder político destes milicianos nos parlamentos. Essa é a conclusão que o relatório da Polícia Federal [sobre o assassinato] apresentou e que, na minha opinião, faz todo o sentido: há uma tentativa de nos assustar, de nos aterrorizar”, relatou.

Detido pela Polícia Federal no dia 24 de março deste ano, junto com o irmão Domingos Brazão, o deputado Chiquinho Brazão permanece preso preventivamente no Presídio Federal de Campo Grande (MS).

Obstáculo
Questionado pelo relator do caso, deputado Jack Rocha (PT-ES), Motta também destacou que a bancada do Psol na Câmara Municipal do Rio de Janeiro na época era um entrave aos interesses da milícia no RJ, principalmente em relação ao processos de regularização fundiária.

Como exemplo, Motta citou um projeto de lei (CLP 174/16) de autoria de Brazão, aprovado pela Câmara Municipal do Rio, que flexibilizou a legislação sobre a regularização de imóveis em áreas de interesse dos milicianos. E lembrou que o projeto virou uma lei que depois foi declarada inconstitucional.

“Esse era o erário da milícia e esse projeto de lei era de autoria do agora deputado e então vereador Chiquinho Brazão, que fez de tudo para que o projeto fosse adiante, mas, em todos os momentos, teve oposição do Psol”, declarou Motta .

Defesa
Chiquinho Brazão acompanhou a audiência por videoconferência, mas não se pronunciou. Uma das testemunhas arroladas pela defesa, Marcos Rodrigues Martins, assessor do deputado e membro de carreira da Câmara Municipal do Rio, confirmou que atuou como secretário da Comissão de Assuntos Urbanos no período em que Brazão presidiu o colegiado, mas negou que o deputado, na época vereador, assumiu sozinho as alterações nos projetos do Executivo sobre questões fundiárias.

“Ele não assumiu a responsabilidade pelas mudanças. A menos que eu esteja enganado, o substituto [ao PLC 174/16] foi iniciativa de 10 ou 11 comissões temáticas da Câmara. Não foi o vereador Chiquinho Brazão quem preparou e fez a modificação sozinho, foi um conjunto de comissões que preparou a alteração e o objetivo principal foi mesmo a regularização dos imóveis construídos”, declarou Martins.

Em resposta ao advogado de defesa Murilo de Oliveira, o assessor concordou com a ideia de que as regularizações refletiam o interesse público. “Havia apenas interesse público, interesse da prefeitura em cobrar a taxa e interesse do contribuinte em regularizá-la. Ele não estava preocupado em pagar mais ou menos imposto, queria muito regularizar sua construção”, respondeu Martins.

Ausências
Antes dos depoimentos, o advogado de Brazão, Cléber Lopes, criticou a ausência de testemunhas de defesa que foram convidadas e não compareceram. “O deputado responde ao processo de impeachment na perspectiva de ter ordenado um homicídio. Só podemos compreender que estes depoimentos são essenciais para demonstrar o fato”, afirmou Lopes.

O advogado chegou a sugerir que o Conselho de Ética suspenda o processo disciplinar contra Brazão até que o Judiciário demonstre a existência ou não do fato ou até que testemunhas sejam obrigadas a comparecer.

Em resposta ao advogado, o relator lembrou que as testemunhas em processos no Conselho de Ética não são obrigadas a prestar depoimento, pois o colegiado não tem o mesmo poder coercitivo das autoridades judiciárias, como as CPIs.

O presidente do Conselho de Ética, deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA), anunciou que Brazão será ouvido pelo colegiado na próxima terça-feira (16), junto com outras testemunhas definidas pela defesa.

Cronologia
24 de março
O deputado Chiquinho Brazão é detido pela Polícia Federal sob a acusação de ser, junto com seu irmão Domingos Brazão, o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.

27 de março
O Psol arquiva a Representação 24/4 na Câmara dos Deputados, solicitando a cassação do mandato de Brazão por quebra de decoro parlamentar.

10 de abril
O Plenário da Câmara dos Deputados mantém, por 277 votos a favor, a prisão do deputado sem fiança. Houve 129 votos contra a prisão e 28 abstenções.

15 de maio
O Conselho de Ética da Câmara aprova, por 16 votos a 1, o parecer preliminar do relator, deputado Jack Rocha, recomendando a abertura de processo contra Brazão por quebra de decoro parlamentar.

10 de junho
Os advogados de Brazão apresentam defesa por escrito.

11 de junho
Início do prazo de 40 dias úteis para produção de provas testemunhais e documentais.

Reportagem – Murilo Souza
Montagem – Roberto Seabra



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