STF vira alvo de retaliações do Congresso após suspender ’emendas Pix’

STF vira alvo de retaliações do Congresso após suspender ’emendas Pix’



O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta sexta-feira (16/8), por unanimidade, manter a decisão do ministro Flávio Dino, que suspendeu a execução de emendas parlamentares obrigatórias até que deputados e senadores dêem mais transparência aos repasses.

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O tema é fonte de crise entre os Poderes e a reação do Congresso já ocorrida no mesmo dia. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), encaminhou duas PECs (propostas de emenda à Constituição) que visam a atuação do tribunal.

Um deles limita as decisões individuais dos ministros do STF, texto já aprovado no Senado e que estava parado na Câmara. A outra PEC permite que as decisões do Supremo sejam derrubadas pelo Congresso Nacional.

A iniciativa foi interpretada por aliados alagoanos como uma retaliação à decisão do STF que votou o tema por meio de sessão virtual.

No início da manhã, o ministro André Mendonça votou ao lado do relator. Na sequência, Edson Fachin, Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso votaram no mesmo sentido.

Kassio Nunes Marques também votou com Dino, mas fez ressalva e se manifestou contra a redução da margem de discricionariedade na definição de políticas públicas pelos parlamentares.

As emendas são uma forma pela qual deputados e senadores podem enviar dinheiro para obras e projetos em suas bases eleitorais e, com isso, aumentar seu capital político. A prioridade do Congresso, porém, é atender aos seus redutos eleitorais, e não às áreas de maior demanda no país.

As alterações obrigatórias são as alterações de bancada, as alterações individuais com finalidade definida e as alterações especiais de transferência, conhecidas como “alterações Pix”.

Dino votou pela suspensão das emendas até que o Congresso Nacional edite novas regras para liberação de recursos de forma transparente e rastreável. A decisão reserva apenas recursos destinados a obras já iniciadas e em andamento, ou ações de resposta a calamidades públicas.

Em seu voto, o ministro destacou que o tema está sujeito a negociações. “Ressalto que estão ocorrendo reuniões técnicas entre os órgãos interessados”, afirmou o integrante do tribunal em seu depoimento.

Segundo ele, após um possível acordo, a decisão poderá ser reavaliada.

Ao proferir a decisão individual, agora confirmada pelo plenário do STF, Dino chamou de “grave anomalia” ter um sistema presidencialista, decorrente do voto popular, “convivendo com a figura dos parlamentares que ordenam despesas discricionárias como se eram autoridades administrativas”.

Dino argumentou que “o desenho prático equivocado das emendas de imposição gerou a ‘parlamentarização’ dos gastos públicos”, sem um sistema de responsabilidade política e administrativa.

“Não é compatível com a Constituição Federal executar alterações no Orçamento que não cumpram critérios técnicos de eficiência, transparência e rastreabilidade”, afirmou.

A decisão foi tomada em ação proposta pelo PSOL. O advogado Rafael Valim, que representa o partido, disse que “a decisão do ministro Flávio Dino restaura a governabilidade originalmente prevista na Constituição Federal e põe fim a um profundo e inaceitável desarranjo institucional em nosso país”.

No início de agosto, Dino havia determinado que o governo só gastasse com emendas de comissão que tivessem rastreabilidade prévia e total. A regra vale também para os restos a pagar das alterações do relator, ou seja, despesas que ainda não foram executadas desde o final de 2022.

Esta decisão também foi tomada esta sexta-feira para ser referendada pelos restantes membros do Supremo.

Na quinta, Lira e Pacheco apresentaram, em conjunto com as partes, recurso solicitando a suspensão da liminar no STF e pedindo a suspensão de outras decisões de Dino que tratavam do tema.

Na manhã desta sexta-feira, paralelamente, Barroso rejeitou o recurso. Pela negativa, afirmou que as intervenções da presidência do STF devem ser “muito excepcionais” e que o voto de Dino sinaliza a construção de uma solução consensual.

“Não há conflito [com o Congresso]”, disse Barroso nesta sexta-feira, durante evento no Rio Grande do Sul. “Há divergência como é típico da democracia e vamos administrá-la da forma mais civilizada possível.”

Foi Durão Barroso quem decidiu realizar um julgamento virtual sobre este tema, dado o que considerou o carácter excepcional do caso. Ele respondeu ao pedido de Dino. Os julgamentos no plenário virtual são assíncronos, ou seja, não se trata de uma reunião online com todos os ministros presentes ao mesmo tempo.

No início deste mês, o governo Lula (PT) suspendeu o pagamento de todas as emendas da comissão e os demais pagamentos das emendas do relator para cumprir as decisões do ministro.

Na semana seguinte, Dino cobrou informações do governo e do Congresso sobre as indicações de emendas da comissão. A medida ocorreu após o Legislativo informar ao Supremo Tribunal Federal, no dia 6, que não conseguiria identificar os deputados e senadores que fizeram os pedidos originais dessas alterações.

Na ocasião, o ministro determinou que o Executivo, por meio de consulta à AGU (Advocacia Geral da União) aos ministros de Estado, encaminhasse todos os ofícios relativos a indicações ou “priorização por autores” da RP8 (alterações da comissão).

Ele também solicitou informações à Câmara e ao Senado sobre as destinações ou alterações na destinação de recursos das emendas deste ano.

No dia 8 de agosto, Dino autorizou a continuidade da execução das chamadas “emendas Pix” para obras em andamento e para casos de calamidade pública, desde que adotado sistema de transparência.

Essa decisão também foi levada ao plenário virtual. Assim como os demais, foi aprovado pelos demais integrantes do tribunal.

Na Câmara, a previsão é que a retaliação ao STF prospere. A presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), afirmou nesta sexta-feira que a PEC das decisões monocráticas já aprovada no Senado é uma das principais reivindicações da oposição e que dará a “devida celeridade” à matéria no colegial.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, a direção do Congresso avalia que há interferência direta de representantes do governo Lula nas decisões de Dino que levaram à paralisação das emendas parlamentares e prepara um pacote de medidas visando o Supremo e o Executivo.

Os congressistas discutem, em resposta, um pacote de medidas visando o Supremo Tribunal Federal e o Executivo. .

O ex-ministro do STF e hoje responsável pela pasta da Justiça e Segurança Pública do governo Lula, Ricardo Lewandowski, também disse nesta sexta que as instituições brasileiras chegarão a “um bom acordo” sobre as emendas parlamentares. Ele relativizou o conflito entre instituições

“São conflitos artificiais. Executivo, Judiciário e Legislativo dialogam”, disse ele a uma plateia de empresários no Rio de Janeiro, durante o 23º Fórum Empresarial Lide.



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