10/06/2024 – 18:18
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Reunião do Grupo de Trabalho sobre Regulação da Reforma Tributária
Representantes dos setores de insumos agrícolas e de biotecnologia criticaram a adoção de listas de produtos que terão alíquota reduzida ou crédito presumido de novos impostos sobre o consumo. Em discussão do grupo de trabalho que analisa os regulamentos da reforma tributária (PLP 68/24), eles disseram aos deputados que as listas não abrangem todos os produtos e serviços e podem rapidamente ficar desatualizadas.
Arthur Gomes, da Croplife Brasil, disse que as atividades relacionadas ao melhoramento de sementes não estão na lista elaborada pelo governo. Maria Angélica Feijó, da Confederação Brasileira da Agricultura e Pecuária, disse que os serviços agrícolas não estão sendo beneficiados, além de produtos como embriões bovinos.
Para Eduardo Lourenço, do Instituto Pensar Agropecuária, o crédito presumido pode ser amplo para todos os insumos agrícolas porque será o consumidor quem pagará o imposto na compra do produto final. Ou seja, tudo o que for pago de imposto ao longo do processo será creditado a quem pagou.
O auditor fiscal de Santa Catarina, Ramon de Medeiros, explicou que a criação das listas está de acordo com a alteração constitucional da reforma tributária que estabelece uma definição posterior dos setores que poderão ter incentivos fiscais.
Maria Angélica, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, também fez reparos no limite de R$ 3,6 milhões de receita anual para que os produtores rurais integrados a uma cadeia produtiva não sejam considerados contribuintes dos novos impostos. Segundo ela, esse limite deveria ser aplicado apenas aos pequenos produtores familiares não integrados.
O deputado Pauderney Avelino (União-AM) prometeu que o grupo de trabalho analisará todas as sugestões. “Tenho certeza que muitas sugestões trazidas aqui serão acatadas. Pequenas distorções, pequenos ajustes finos, precisamos fazer aqui e devemos fazê-lo.”
Reciclando
Ronei da Silva, do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Reciclados, elogiou o tratamento diferenciado dado à reciclagem, mas disse que benefícios não deveriam ser oferecidos a algumas empresas do setor.
“Colocar o descarte ambientalmente adequado de resíduos no mesmo patamar da reciclagem é extremamente errado. Isto está a encorajar os aterros, isto está a encorajar os aterros, isto está a encorajar a queima de resíduos. Estamos falando de megaconglomerados europeus que querem se instalar aqui no Brasil. Por que eles precisam ter imunidade?” ele perguntou.
Rodrigo Terra, do Instituto Nacional de Reciclagem, disse que a comercialização de matérias-primas recicladas está sujeita a tributação igual à das matérias-primas extraídas da natureza.
Relatório – Silvia Mugnatto
Edição – Georgia Moraes
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