BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Após mais de três meses de negociação, o plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (20/8) o projeto de lei que mantém a isenção para empresas de 17 setores da economia e prefeituras com até 156 mil habitantes, conforme acordado com o governo.
A votação foi simbólica, sem registro de votação individual. Os únicos senadores contrários à proposta foram Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES).
O líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), relator do projeto, fez alterações de última hora durante discussão no plenário. Os acordos alcançados nos últimos minutos antes da votação não constaram do relatório final da proposta e só constarão em papel no documento que será enviado à Câmara.
Nesse acordo, os senadores rejeitaram a proposta da equipe econômica de aumentar a alíquota dos JCP (Juros sobre Capital Próprio) de 15% para 20%. Utilizado por grandes empresas, o JCP permite que a remuneração aos acionistas (distribuição de lucros) seja classificada como despesa – e, portanto, deduzida do Imposto de Renda.
A medida foi defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para reforçar o caixa do governo em 2025, mas enfrentou forte resistência ao aumento de impostos. Vários senadores criticaram a medida no plenário, e Jaques Wagner concordou em retirar a mudança na JCP.
O próprio presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), manifestou-se contrário ao aumento de impostos em entrevista antes da votação, sinalizando que não concorda com o aumento do JPC. Pacheco relatou que tomou café da manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para negociar a votação do projeto.
“Permitindo-me aqui fazer uma brincadeira, se somarmos todas as fontes de compensação que foram apresentadas nos últimos dias, inclusive pelo Ministério das Finanças, seria possível pagar cerca de quatro isenções [da folha] pagamento”, disse o presidente do Senado.
Pacheco disse ainda que as fontes de receita apresentadas pelo Senado seriam “suficientes para pagar a isenção sem aumento de impostos”.
Outro ponto alterado de última hora e que gerou grande debate no plenário foi a regra estabelecida por Jaques Wagner, em relatório preliminar, que obrigava as empresas beneficiárias da isenção a manter ou aumentar o mesmo número de empregados durante a vigência do imposto. incentivo.
No primeiro parecer, a cláusula era de manutenção integral (100%) dos empregos. O percentual caiu no segundo relatório para 90%. No plenário, o acordo foi estabelecer a manutenção dos empregos em 75%.
A manutenção dos empregos foi uma reivindicação do presidente Lula (PT) e foi o tema que mais gerou debate durante o plenário. A proposta também foi criticada pelas empresas.
Os senadores também recusaram alterações no ITR (Imposto Territorial Territorial Rural). A mudança sugerida pelo governo autorizou a Receita a firmar convênio com os municípios para fiscalização e recolhimento do imposto.
Como mostrou a Folha, o projeto contém duas medidas para facilitar e agilizar o resgate de precatórios e outros depósitos judiciais abandonados, que podem garantir entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões de arrecadação ao governo federal e permitir o cumprimento da meta de déficit zero este ano.
Senadores avaliam nos bastidores que o governo não deixou claro que as medidas tiveram poder arrecadatório maior do que o necessário para compensar a redução do imposto sobre a folha de pagamento. Portanto, descartam a aprovação do JCP no modelo apresentado pelo governo.
O projeto foi aprovado simbolicamente (sem contagem de votos) e agora segue para a Câmara dos Deputados – onde precisa ser aprovado e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até o dia 11 de setembro.
O prazo foi dado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para que governo e Congresso cheguem a um acordo sobre o tema e apresentem medidas compensatórias pela perda de arrecadação. As lideranças Legislativa e Executiva concordaram com a reoneração gradual da folha de pagamento em maio.
Wagner também incorporou um pacote proposto pelo Senado com medidas como atualização do valor de bens (como imóveis) na declaração do Imposto de Renda, abertura de novo prazo para repatriação de recursos ao exterior e um Desenrola (programa de renegociação de dívidas) para empresas com multas vencidas e taxas cobradas por órgãos reguladores.
Como antecipou a Folha de S.Paulo, o relator inovou e também incluiu o corte de despesas obrigatórias como medida compensatória.
O relatório estabelece uma série de medidas que endurecem a legislação para ajudar no combate à fraude em benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), concedido a idosos e pessoas com deficiência, e o seguro de defesa, pago aos pescadores artesanais durante o período em que a atividade é proibida para preservar a reprodução dos peixes.
As mudanças na legislação reforçarão o pente fino sobre esses benefícios anunciados pelo governo para alcançar uma economia de gastos de R$ 25,9 bilhões no próximo ano.
Durante as negociações, a estimativa de perda de arrecadação com a isenção foi motivo de divergências entre governo, senadores e empresários. Segundo Wagner, o Ministério da Fazenda estima um impacto de aproximadamente R$ 26 bilhões.
A necessidade de indenização para cumprir regra prevista na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) foi o argumento usado pela União para pedir ao STF a suspensão da isenção em abril.
A isenção da folha de pagamento das empresas permite o pagamento de alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de pagamento da Previdência Social. As taxas variam dependendo de cada um dos 17 setores beneficiados.
Um dos grupos beneficiados pela isenção é o da comunicação, que inclui o Grupo Folha, empresa que edita a Folha de S.Paulo. Também estão abrangidos calçado, call center, vestuário e construção, entre outros.
Como fica a isenção da folha de pagamento para os 17 setores
Em 2024
- O benefício será integral;
- As empresas pagam a CPRB (Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta), nome técnico da desoneração da folha de pagamento.
De 2025 a 2027
- Um processo gradual de re-oneração começa a uma taxa de um trimestre por ano;
- O benefício passa a ser híbrido;
- Enquanto a arrecadação do CPRB começa a cair, as contribuições sobre a folha de pagamento serão cobradas: à alíquota de 5% em 2025; 10% em 2026 e 15% em 2027;
- Não haverá acréscimo de imposto cobrado sobre a folha de 13º salário.
De 2028
- Empresas dos 17 setores passam a pagar contribuição de 20% sobre a folha de pagamento – valor cobrado atualmente de outras empresas que não beneficiam da isenção
- Não há mais cobranças de faturamento
Como fica a isenção para municípios com até 156 mil habitantes
Em 2024
- Com uma taxa de isenção de 8%.
Em 2025
Em 2026
- Taxa aumenta para 16%.
Em 2027
- A alíquota volta ao patamar de 20%.
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