Os ministros do Meio Ambiente do G20 reúnem-se nesta quinta-feira (3/10) com a expectativa de negociar uma declaração conjunta que possa responder à urgência climática global. O encontro acontece em meio a uma série de discussões que também estão alinhadas com as conferências anuais do clima, COPS. O Ministro do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Brasil, Marina Silvaparticipou do seminário Enfrentar as alterações climáticas e acelerar a transição energéticanesta quarta-feira (2/10), promovido pelo projeto G20 no Brasil, e falou sobre o tema.
O ministro responsabilizou o G20 pela redução das emissões de gases de efeito estufa. “Se o G20 fizer o dever de casa, mudará 80% da atual realidade das emissões”, afirmou o ministro. Ela sublinhou que os desafios climáticos devem ser abordados em conjunto com as questões sociais, como a redução da pobreza. “Na verdade, 80% das áreas florestais protegidas no mundo estão nas mãos de comunidades tradicionais ou indígenas”, reforçando a importância destas populações na preservação ambiental global.
Um dos principais temas em debate é o financiamento das ações climáticas, questão que será central não só no G20, mas também na COP29, a próxima conferência sobre o clima. Segundo Marina Silva, embora existam metas ambiciosas de redução de CO2, elas tornam-se apenas promessas vazias sem os recursos necessários para a sua implementação. “Podemos ter metas de redução de CO2, mas se não tivermos os meios de implementação, é só conversa”, disse ele.
O ministro expressou otimismo quanto à possibilidade de uma declaração robusta ao final da reunião de ministros do G20. “Amanhã, espero que possamos ter uma declaração que esteja à altura dos nossos esforços”, disse ele. Segundo ela, o G20 tem o poder de “alavancar questões e questões fundiárias”, e entre as prioridades que devem ser discutidas estão o financiamento climático, a tributação dos super-ricos e o pagamento por serviços ecossistémicos.
Entre as ideias apresentadas pelo ministro, a proposta de taxar os mais ricos como forma de contribuir para o financiamento da transição ecológica é a que mais se destaca. Ela defendeu a sugestão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que propôs uma tributação específica para este grupo econômico. “A ideia de tributar os super-ricos, acho muito interessante. Passámos os últimos 400 anos, desde o mercantilismo, a transformar a natureza em dinheiro e agora precisamos de transformar o dinheiro em natureza”, argumentou Marina Silva.
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Ela destacou a importância de combinar recursos públicos e privados para combater as alterações climáticas. “Precisamos de recursos públicos, recursos privados [para fazer frente aos desafios]”, disse ele. O ministro também sugeriu que o setor privado contribua mais para esse esforço: “Também podemos abordar um tema, se talvez o setor privado desista de 2% dos seus 5% para ajudar o planeta a fazer esta transição valiosa, acrescentando recursos para recursos públicos”.
*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori
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