11/06/2024 – 13h33
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Isaac Sidney (D) apresentou sugestões bancárias para a proposta do governo
Entidades do setor financeiro apresentaram nesta terça-feira (11), na Câmara dos Deputados, sugestões de mudanças no projeto de governo que regulamenta a reforma tributária (PLP 68/24). O texto trata das situações em que serão cobrados os tributos criados pela reforma: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IBS), Contribuição sobre Circulação de Bens e Serviços (CBS) e Imposto Seletivo.
Eles foram ouvidos em audiência pública realizada pelo grupo de trabalho que analisa a proposta. O grupo é composto por sete deputados e deverá apresentar parecer para ser analisado diretamente no Plenário da Câmara.
A proposta do governo prevê a incidência do IBS e do CBS nas operações realizadas por bancos, seguradoras, corretoras de câmbio e valores mobiliários e administradoras de consórcios, entre outras instituições. Estão entre os setores da economia que terão regime tributário específico.
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, propôs diversas alterações no texto do governo, como a exclusão da incidência do IBS/CBS sobre receitas não decorrentes da prestação de serviços financeiros pelos bancos. Isto inclui, por exemplo, rendimentos de investimentos de capital.
“Temos buscado um diálogo com o Congresso, com o governo, para que possamos, de fato, ter uma ‘cunha fiscal’ [carga tributária] isso não onere excessivamente o custo do crédito”, disse Sidney. Ele afirmou que apenas seis países no mundo, incluindo o Brasil, tributam o serviço de intermediação financeira.
Spread bancário
Sidney lamentou que a reforma tributária tenha determinado que a carga tributária das instituições bancárias fosse mantida por um período mínimo de cinco anos. A medida foi incluída no texto pelo governo para evitar queda na arrecadação.
Esse ‘bloqueio’ foi criticado pelo diretor-presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), Rodrigo Maia. Presidente da Câmara por duas vezes, Maia defendeu que a alíquota do imposto sobre spread bancário ser redefinido.
O spread servirá de base para o cálculo do IBS/CBS nas operações de crédito, como o crédito ao consumo, e traduz-se aproximadamente na diferença entre o custo de financiamento do banco e os juros cobrados nos empréstimos. “Quem paga esse custo de spread é o consumidor final, seja pessoa física ou jurídica”, disse Maia.
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Hauly sugeriu devolver impostos sobre empréstimos a pessoas físicas
O deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) propôs que nos empréstimos a pessoas físicas, como o CDC, o consumidor receba de volta os tributos aplicáveis. Ele afirmou que o financiamento é um dos motores da economia e deve ser barateado. “Temos que fazer um ‘dinheiro de volta‘para empréstimos. Temos que reduzir esse custo”, afirmou.
Dividir pagamentos
O vice-presidente executivo da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Ricardo Vieira, pediu aos deputados que incluíssem um dispositivo que deixasse claro que as administradoras de cartões não têm responsabilidade tributária ou operacional em relação ao Pagamento parceladouma das inovações do PLP 68/24.
O termo refere-se a um modelo de cobrança que separa o pagamento do imposto no momento da transação. O consumidor compra um produto, paga com cartão e o valor dos tributos já é separado eletronicamente no momento do pagamento, indo ao banco da entidade beneficiária (estado, município ou União).
Segundo Vieira, o projeto transfere compulsoriamente um serviço público para as administradoras de cartões e quer garantias para isso. “Ela [empresas de meios de pagamento] É apenas parte da engrenagem que presta o serviço de arrecadação ao Fisco. Não faz parte das ações de aquisição de produtos e serviços”, disse o presidente da Abecs.
Plano de saúde
O grupo de trabalho da Câmara também ouviu representantes de seguradoras e planos de saúde, que também são tributados pelo IBS/CBS. A consultora jurídica da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Thais Veiga Shingai, apresentou as sugestões de alterações ao PLP 68/24 defendidas pelo seu setor.
Entre elas, a possibilidade de as empresas que contratam planos para seus funcionários deduzirem os impostos gastos com esses planos. O projeto proíbe isso. Na avaliação dela, a proibição onera a oferta de planos de saúde corporativos.
O diretor da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Daniel Loria, reconheceu que isso poderá acontecer, mas estima que será um valor reduzido. “Não prevemos aumento da carga tributária, certamente se houver será muito pequeno”, afirmou. Loria confirmou que a taxa estimada para o setor deverá ficar em torno da taxa atual de 10,6%.
Afirmou ainda que o PLP 68/24 traz um ganho importante para as operadoras de planos de saúde, que é a possibilidade de recuperação de créditos com despesas administrativas, o que atualmente não é permitido.
Debates
O deputado Hildo Rocha (MDB-MA), que presidiu o debate, informou que o grupo de trabalho realizou até ontem dez audiências públicas, e ouviu 124 palestrantes. No total, foram 29 horas de debates. O grupo realizará novas audiências na tarde desta terça-feira e amanhã.
“Sem dúvida, esse tipo de trabalho vai bater recordes de número de audiências públicas e de relacionamento com a sociedade civil”, disse Rocha.
Relatório – Janary Júnior
Edição – Natalia Doederlein
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