22/08/2024 – 15:48
Geraldo Magela/Agência Senado
Senador Confúcio Moura defende manutenção das chamadas emendas do Pix
O senador Confúcio Moura (MDB-RO), relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias 2025 (PLN 3/24), disse que os consultores orçamentários da Câmara e do Senado já trabalham em alterações no projeto que atendam ao acordo feito entre os três poderes parlamentares alterações ao Orçamento. Para o senador, porém, também será necessária a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
A PEC seria necessária para rever o valor das emendas obrigatórias, que são emendas individuais e de bancada estadual. Hoje, o Executivo deve enviar o Orçamento com reserva para emendas individuais equivalente a 2% da receita líquida passada e 1% para emendas de bancada. Até 2022, a reserva para pessoas físicas era de 1,2%. O senador disse que o valor atual representa 23% das despesas não obrigatórias.
“O valor é muito alto. Isso distorce muito em relação ao que acontece no mundo. Só o Brasil tem um percentual tão alto dessas despesas. Cabe ao Executivo dar a dotação correta para as obras prioritárias”, afirmou.
Em entrevista ao programa Painel Eletrônico, da Rádio Câmara, Confúcio Moura disse que a PEC também pode alterar o artigo 166 do Constituição Federal em relação aos aspectos da obrigatoriedade de execução de aditivos. O artigo cita “impedimentos técnicos” que podem impedir a execução de uma emenda parlamentar oficial. A ideia do acordo é estabelecer critérios mais objetivos a respeito de quais seriam esses impedimentos.
Alterações Pix
O senador explicou que os consultores orçamentários buscam melhorar a rastreabilidade, a transparência e a eficiência da execução das emendas parlamentares, principalmente aquelas por comissão e individuais da modalidade transferência especial – as chamadas emendas Pix, transferências diretas para estados e municípios sem especificidade indicação sobre o destino. Segundo Moura, a ideia é manter essas transferências diretas.
“O acordo habitual, através da Caixa Econômica ou outros procedimentos dos próprios ministérios, leva tempo. Muitas vezes o parlamentar faz uma emenda no primeiro ano da sua gestão, do seu mandato, e o trabalho fica concluído três ou quatro anos depois. É uma burocracia desgastante, realmente muito difícil, que realmente não agrada aos parlamentares”, destacou.
Hoje já existe uma regra que proíbe o uso de emendas do Pix para pagar dívidas ou pessoal. Além disso, 70% precisam ser aplicados em investimentos. Para o senador, essas alterações não deveriam ser aplicadas ao financiamento porque seria mais difícil acompanhar esse tipo de despesa.
Relatório técnico divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sugere que, para melhorar o acompanhamento dos recursos, o Executivo migre todo o sistema de pagamento de emendas parlamentares para o sistema Transfere.gov. Assim, a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União puderam acessar todos os dados em tempo real.
Relatório – Silvia Mugnatto
Edição – Ana Chalub
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