26/06/2024 – 13h34
Maurício Tonetto/Secom
Acontecimentos como as enchentes no Rio Grande do Sul afetam o orçamento da União
Senador Confúcio Moura (MDB-RO), relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (EU FAÇO) de 2025 (PLN 3/24), disse que eventos climáticos extremos afetam o planejamento orçamentário e, consequentemente, a trajetória da dívida pública.
Em 2024, o créditos extraordinários ao Orçamento já foram objeto de 10 medidas provisórias, totalizando R$ 40,8 bilhões. O valor é um pouco menor do que será gasto este ano com o seguro-desemprego.
Por causa disso, Confúcio acredita que se tornou ainda mais importante para o governo cumprir as metas fiscais anuais. Os créditos para cobrir esses eventos não afetam a meta fiscal deste ano – que é o equilíbrio das contas –, mas aumentam a dívida, que está perto de 80% do Produto Interno Bruto (PIB). A meta para 2025 é também eliminar o déficit.
Reserva insuficiente
Em entrevista ao programa Painel eletrônicoda Rádio Câmara, o senador disse que acontecimentos como as enchentes no Sul, a seca no Norte e as queimadas no Pantanal aumentam a dívida pública porque a reserva orçamentária não é suficiente.
“Se o evento for muito grave e o governo não tiver dinheiro em caixa, o que ele faz? Se ele enviar ao Congresso um pedido de crédito extraordinário, ele se endividará ainda mais. Vai emitir papéis, títulos e captar dinheiro no mercado”, explica o relator.
Confiança do investidor
Para Confúcio Moura, o governo precisa cumprir a meta fiscal para aumentar a confiança dos agentes do mercado financeiro nos rumos da economia brasileira. Ele lembrou que houve um movimento de saída de investidores estrangeiros.
“Há sempre a promessa no início do ano de que as contas serão ajustadas. Mas ao longo do ano ele fica mais relaxado, fica mais descuidado e acaba não fechando o déficit. Isso é ruim”, criticou ela.
Em audiência pública em Comissão Mista de Orçamentoa ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que, no final do ano, se houver risco de não cumprimento da meta, o Orçamento será cortado.
O projeto da LDO 2025 deve ser votado na Comissão Mista de Orçamento e depois no Plenário do Congresso Nacional até 17 de julho.
Votação “mais fácil”
Por todas essas dificuldades, o senador acredita que a votação da LDO 2025 será “mais fácil” e não sinalizou grandes mudanças no que já está em vigor na LDO 2024.
A LDO fornece diretrizes para a elaboração e execução do Orçamento da União.
No ano passado, houve muita discussão porque o Congresso aprovou um cronograma para implementação de emendas parlamentares nas despesas orçamentárias, além de aumentar o valor das emendas feitas pelas comissões permanentes.
Relatório preliminar
Confúcio já publicou seu relatório preliminar, incluindo ações para prevenir eventos climáticos extremos e mitigar seus efeitos entre as prioridades para a seleção de emendas parlamentares à LDO. Este relatório especifica apenas as regras para alterações no projeto.
Também terão prioridade as alterações que tratam das ações previstas no Plano Plurianual 2024-2027 e as que se referem aos projetos em andamento. Essas alterações formarão um anexo à LDO, o Anexo de Metas e Prioridades, que teria a função de orientar a elaboração do Orçamento de 2025. Em vários anos, porém, essa parte foi vetada pelo Executivo.
Após uma fase de sugestões ao relatório preliminar, Confúcio estabeleceu que os parlamentares poderão apresentar até três emendas por bancada estadual, comissão permanente da Câmara e do Senado, e por parlamentar.
O relator sugeriu ainda que, para o relatório final, sejam aceitas até três ações por bancada e por comissão permanente, e até 15 ações propostas individualmente pelos parlamentares. Serão considerados o mérito e a frequência das apresentações.
Relatório – Silvia Mugnatto
Edição – Natalia Doederlein
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