Relator da Comissão de Constituição e Justiça nega recurso de Brazão contra decisão do Conselho de Ética – Notícias

Relator da Comissão de Constituição e Justiça nega recurso de Brazão contra decisão do Conselho de Ética – Notícias


23/09/2024 – 14h55

O deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) apresentou nesta segunda-feira (23) à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados parecer contrário ao recurso apresentado pelo deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). Ao analisar os argumentos da defesa, Ayres refuta as alegações apresentadas e recomenda o indeferimento do recurso. O parecer está sendo analisado pela CCJ.

No documento, Brazão questiona a decisão do Conselho Parlamentar de Ética e Decoro que, no final do mês passado, recomendou que ele perdesse o mandato de deputado.

A defesa alega imparcialidade do relator do Conselho, deputado Jack Rocha (PT-ES); aponta violação de contraditório e ampla defesa; sugere diferenças no tratamento entre os ensaios; e pede a nulidade do processo com a convocação de novo julgamento com novo laudo.

Chiquinho Brazão é acusado de ser um dos responsáveis ​​pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Na época vereador na capital fluminense, ele nega participação no crime.

Argumentos da defesa de Brazão
Os advogados de defesa argumentam que, antes mesmo de ser nomeada relatora do caso, Jack Rocha fez postagens nas redes sociais que sugeriam seu apoio ao impeachment do deputado. Afirmam ainda que diversas testemunhas não foram ouvidas no processo. Por fim, lembram que o fato imputado [o assassinato de Marielle] é anterior ao mandato de Brazão na Câmara e que esse foi o argumento utilizado para arquivar a representação contra André Janones (Avante-MG) no Conselho.

Argumentos do relator
Ao analisar o recurso à CCJ, Ricardo Ayres afirmou que as manifestações públicas do deputado Jack Rocha não comprometem a imparcialidade, pois estão protegidas pela liberdade de expressão e pela imunidade parlamentar.

Sobre a violação do contraditório e ampla defesa, Ayres destacou que o processo seguiu os procedimentos do Código de Ética, destacando que a ausência de algumas testemunhas não constitui qualquer violação, pois o Conselho de Ética não tem o poder de obrigar as pessoas a dar declarações.

Sobre a igualdade, argumentou que a gravidade das acusações contra Brazão justifica o tratamento diferenciado.

O relator na CCJ, por fim, rejeitou a alegação de nulidade do processo, afirmando que todas as etapas foram realizadas de acordo com as normas, e a nomeação do relator foi regular. Ele considera que a pena de perda do mandato é proporcional à gravidade das acusações.

A CCJ continua reunida no Plenário 1.

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Natalia Doederlein



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