Relator aponta impunidade e falhas na reparação do crime socioambiental de Brumadinho – Notícias

Relator aponta impunidade e falhas na reparação do crime socioambiental de Brumadinho – Notícias


17/07/2024 – 18:48

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Pedro Aihara: é necessária responsabilidade criminal pelas 272 mortes na tragédia

O deputado Pedro Aihara (PRD-MG) apresentou relatório de 115 páginas avaliando o acordo judicial e as ações de reparação pelo crime socioambiental em Brumadinho (MG). O texto, que também contém diversas recomendações para órgãos públicos, será votado em agosto pela Comissão Externa de Fiscalização de Rompimentos de Barragens da Câmara dos Deputados.

Um dos muitos bombeiros que atuaram diretamente no atendimento às vítimas em 2019, Aihara é o atual relator do tema Brumadinho na comissão. Ele exige responsabilidade criminal pelas 272 mortes causadas pelo rompimento da barragem Córrego do Feijão, da mineradora Vale.

“Já completamos 2.000 dias, desde 25 de janeiro de 2019, sem que ninguém tenha sido punido. Nenhuma pessoa foi presa. Do ponto de vista da responsabilidade criminal, não avançamos. Isso acaba reforçando a questão da impunidade”, disse o deputado.

Reparar falhas
Sobre os acordos de reparação, Pedro Aihara resumiu as principais críticas ouvidas durante audiências na comissão externa, visitas a áreas danificadas e reuniões com órgãos judiciais, associações de afectados e assessores técnicos.

“O que fica mais evidente são críticas muito severas à questão da governação. A população de Brumadinho também vive um problema gravíssimo relacionado às doenças mentais, ao índice de suicídio, ao uso de medicamentos controlados e também à própria questão econômica de Brumadinho”, afirmou.

Os programas de transferência de renda, por exemplo, baseiam-se em critérios de “polígonos territoriais”, que, na avaliação do deputado, apresentam sérios problemas para definir os afetados e os não afetados.

O relatório lembra que o valor global ajustado no Acordo de Reparação Judicial foi de R$ 37,6 bilhões divididos em obrigações diretas e indiretas da Vale. Até junho de 2024, foram repassados ​​ao estado R$ 11,6 bilhões para investimentos em programas de transferência de renda, monitoramento ambiental e obras de segurança e reconstrução. Os recursos restantes – cerca de R$ 26 bilhões – foram utilizados diretamente pela mineradora para medidas emergenciais e início de reparos.

Parentes das vítimas
Pedro Aihara reclamou do pouco “espaço de fala e tomada de decisão” da Avabrum, associação de familiares de vítimas e atingidos pelo crime de Brumadinho.

“Avabrum foi uma associação que nasceu da dor e do sofrimento daqueles familiares e amigos que ali perderam seus entes queridos. Embora componham o comitê que toma as decisões, entendemos que esse protagonismo tem que ser cada vez maior. Todo o trabalho da própria comissão externa gira em torno de colocar sempre a voz dos atingidos como a primeira e principal voz a ser ouvida”, declarou.

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Em março deste ano, a Câmara realizou sessão em homenagem às 272 vítimas de Brumadinho

Contaminação ambiental
Em 2019, o rompimento da barragem liberou cerca de 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro na bacia do rio Paraopeba. O deputado constatou que o problema persiste, com graves danos à saúde pública e à sobrevivência de pescadores e ribeirinhos.

“Os resíduos afetaram toda a bacia do Paraopeba. Medidas foram tomadas para conter o avanço, mas esses resíduos permanecem em grandes quantidades, prejudicando a qualidade de vida daquele rio e dos ecossistemas relacionados. Isso significa que ainda temos enormes mortes de peixes e comprometimento da qualidade da água”, disse ele.

Pedro Aihara destacou que “a negligência contínua expõe os habitantes a uma revitimização constante”.

Danos à saúde
O deputado cita o “Projeto Bruminha”, concluído em 2022 com resultados parciais sobre a exposição a metais de interesse para a saúde pública (arsênico, mercúrio, cádmio, chumbo e manganês) e o perfil de saúde da população infantil de 0 a 6 anos, residentes nos municípios de Aranha, Córrego do Feijão, Parque da Cachoeira e Tejuco.

“Sugere-se que, em todos os participantes da pesquisa que apresentaram resultados acima dos valores de referência, seja realizada uma avaliação médica e esses resultados sejam analisados ​​no contexto geral de sua saúde. Sugere-se também que sejam acompanhadas crianças que apresentem alterações nos indicadores antropométricos e na aquisição de habilidades associadas ao desenvolvimento neuropsicomotor, social e cognitivo.”

Principais recomendações
Entre as recomendações do relatório estão:

  • rede de atenção à saúde para exames periódicos de exposição da população a metais pesados;
  • transparência na administração dos recursos de liquidação judicial;
  • manutenção do orçamento destinado a consultorias técnicas que apoiam a identificação de demandas comunitárias.

A comissão externa da Câmara já aprovou relatórios temáticos sobre barragens em risco, povos tradicionais atingidos e evolução da criminalidade socioambiental em Mariana (MG). Todos esses documentos foram enviados a órgãos públicos diretamente ligados à reparação socioambiental.

Relatório – José Carlos Oliveira
Montagem – Pierre Triboli



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