A Câmara levanta a possibilidade de incluir a carne na cesta básica isenta de impostos. O deputado Cláudio Cajado (PP-BA), integrante do grupo de trabalho da reforma tributária, admitiu que os parlamentares avaliam essa opção. A proteína animal ficou de fora do relatório do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, enviado pelo governo ao Congresso.
O Ministério das Finanças defende que a inclusão do produto implicaria um aumento da taxa geral do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA). Diante da repercussão, porém, os deputados estudam uma forma de garantir a inclusão sem aumentar impostos.
Nesta terça-feira, a Câmara aprovou, por 322 votos a favor e 137 contra, o pedido de urgência para votação do PLP, ou seja, o texto segue direto para o plenário, sem passar por comissões. A apreciação do assunto está marcada para esta quarta-feira.
No texto do regulamento, apresentado na semana passada pelo grupo de trabalho, os deputados estabeleceram, em relação à proteína animal, redução de 60% no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IBS) e na Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS), que compensar o IVA. Com a sua inclusão na cesta básica, a alíquota do imposto sobre a carne seria reduzida a zero. Com isso, segundo a Receita Federal, a alíquota geral poderá aumentar 0,53%, passando de 26,5% para 27,03%.
“Como incluímos os veículos elétricos no Imposto Seletivo e, quando a reforma for implementada, a evasão será praticamente zero, sabemos que teremos um ganho adicional de espaço em que essas alterações (da carne), se vierem, serão ser absorvido, e o patamar continua em 26,5%. Tem espaço”, enfatizou Cajado, após reunião de dirigentes partidários, nesta terça-feira, na Residência Oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o participação do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Outra possibilidade de incluir a carne na cesta básica seria incluir as armas de fogo no Imposto Seletivo. A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) apresentou emenda para incluir as armas na lista de produtos sobre os quais será cobrado o chamado “imposto do pecado” – imposto destinado a produtos considerados nocivos à saúde ou ao meio ambiente. Outros deputados apoiaram a proposta, que será analisada, nesta quarta, pelo plenário da Câmara.
“Vai depender agora da decisão política do colegiado de dirigentes. O importante é que criemos esse espaço com o substitutivo que apresentamos. Agora, caberá à Câmara como um todo decidir o que fazer”, completou Cajado.
A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), o maior grupo do Congresso, tem se movimentado para incluir a carne na alíquota zero. O presidente do grupo, deputado Pedro Lupion (PP-PR), destacou que o relatório apresentado pelo grupo de trabalho nesta quinta precisa de ajustes. Ele destacou que a bancada já apresentou mais de 20 alterações no texto.
“Não concordamos com o que foi apresentado, principalmente no que diz respeito ao impacto das proteínas na cesta básica. Provamos agora que a inclusão das proteínas na cesta básica teria um impacto inferior a 0,3 pontos percentuais na alíquota do imposto. ”, afirmou Lupion. Segundo o parlamentar, o principal objetivo é manter uma reforma tributária neutra para os produtores rurais, sem impacto negativo na produção de alimentos.
Votação
Com a aprovação urgente para votação do PLP, a tramitação é acelerada, e o texto fica dispensado de análise por comissões permanentes. O debate de mérito terá início às 10h. Segundo dirigentes, a agenda da Câmara desta quarta será focada na deliberação da reforma tributária ao longo do dia.
Lira cancelou o restante da pauta da Câmara —as sessões de todas as comissões— e concentrará os trabalhos no plenário para aprovação do PLP. Caso receba a aprovação dos deputados, o texto irá ao Senado.
No início da noite de terça-feira, o projeto já contava com mais de 400 alterações. A maioria das propostas pede a inclusão de armas e munições no Imposto Seletivo. Na justificativa, a bancada do PCdoB citou dados do Instituto Sou da Paz, segundo os quais o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 41 milhões com vítimas de armas de fogo, em 17,1 mil internações em 2022.
“As despesas destinadas ao tratamento das vítimas consomem recursos que poderiam ser investidos em políticas públicas e destinados à saúde preventiva caso os níveis de violência armada fossem mais baixos no país”, sublinhou o partido. “Em resumo, uma internação por arma de fogo custa 3,2 vezes mais que o gasto federal com saúde per capita. E se for gravíssima por arma de fogo, custa 5,2 vezes mais que o gasto federal com saúde per capita”, completou, destacando também os danos causados ao meio ambiente por armas e munições.
A proposta teve amplo apoio do bloco MDB, PSD, Republicanos e Podemos; PSB e bloco Federação PSol/Rede.
Caso o PLP 68 seja aprovado nesta quarta-feira, existe a possibilidade de que o segundo PLP do regulamento, o 108, seja apreciado amanhã, pois esse projeto tem maior consenso e deverá ter uma deliberação mais simples. Porém, a probabilidade é que essa votação ocorra em agosto, após o recesso. (Colaboração de Rafaela Gonçalves)
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